São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Segurança

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

A Nação do Islã, grupo que liderou a marcha de um milhão de homens negros em Washington, duas semanas atrás, tem como sua marca um corpo de segurança. É uma milícia religiosa, quase fardada -que esteve, por exemplo, no julgamento de O.J. Simpson.
Pelas imagens de ontem, o confronto no depoimento do pastor que chutou a estátua de Nossa Senhora Aparecida indicou algo semelhante. Foram seguranças parecidos, de cabelos curtos, alguns de terno -antes membros da Igreja Universal do que profissionais.
Na televisão, foi uma "pancadaria", um "conflito" -entre outras descrições- de impressionar. E sempre sai à frente, quando se trata de "um rastro de violência", o tempo real do Aqui Agora. Da cobertura:
- Ele bateu na gente! Bateu na gente. Ele está armado! Tira a arma dele. Peraí, você vai continuar agredindo a gente? Vai continuar agredindo? Ele está enfrentando até a polícia, agora.
E por aí continuou. Nas demais redes, não foi diferente. O Jornal Nacional chegou ao detalhe de dar a ficha de um segurança preso em flagrante:
- Já foi acusado duas vezes por furto e outras duas por assalto. Passou oito anos na cadeia. Quando saiu, virou segurança do pastor Sérgio Von Helder.
Com apresentação de Ney Gonçalves Dias, constrangido no lugar de Francisco Pinheiro, que deixou o programa ontem, o Jornal da Record apenas citou que "na saída houve tumulto entre os seguranças e os jornalistas". Sem imagens.

Covas e Maluf
Em São Paulo a "briga", expressão da Globo, entre Mário Covas e Paulo Maluf está apenas começando.
A edição de uma lei estadual para conter o decreto municipal que proibiu o cigarro em restaurantes é uma de várias batalhas.
Outra, talvez maior, vem aí com o metrô e o anel viário. Ontem na Gazeta, o prefeito dizia que "o metrô é obra estadual, mas eu estou pronto a ajudar". E comentava:
- Governo não foi feito para reclamar. Governo foi feito para resolver.

Texto Anterior: Paralisação por salários continua na CEF; Confaz pode tornar nota fiscal obrigatória; Pagamento de diretores do Econômico é sustado
Próximo Texto: PFL baiano obtém verba para obra suspeita
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.