São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995
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Estudante de 14 anos desaparece quando ia ao colégio em Pinheiros

CHRISTIAN CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A estudante Ana Elisa Campos Costa, 14, desapareceu na última terça-feira. A polícia desconhece seu paradeiro e trabalha com a hipótese de ela ter fugido de casa. A família não acredita em sequestro.
Filha do médico Ronaldo Monteiro Costa, 53, diretor da Unimed, Ana saiu de sua casa em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, às 6h40 de terça e até as 23h de ontem não havia sido localizada.
Ana saiu de casa para ir de ônibus ao Colégio Equipe (Pinheiros), onde cursa o 1º ano do 2º grau, de calça jeans, camisa xadrez e tênis. Sua mãe só deu falta de duas saias e uma sandália.
A garota não chegou ao colégio e a polícia ainda não sabe se ela tomou o ônibus. Sua mãe, a médica Maria de Lourdes Campos Costa, 49, acredita que não. "Colegas que pegam o mesmo ônibus disseram que não a viram no dia."
Costa disse que nos dias anteriores não houve qualquer discussão com Ana. "Até tínhamos prometido uma festa no seu aniversário de 15 anos (11 de novembro) e uma viagem à Europa nas férias."
Segundo os pais e os irmãos (Cecil, 17, e Ronie, 20) de Ana, ela não tinha problemas de relacionamento em casa. "Sempre demos total liberdade. Ela podia sair quando e com quem quisesse, desde que avisasse", disse Costa.
As duas melhores amigas da jovem afirmaram que ela nunca se queixou dos pais e que não tinha envolvimento com drogas. "Ela as abominava", disse Lilian de Oliveira, 15, que estuda com Ana.
Tarsilla Cristina Alves, 15, disse que Ana não tinha namorado.
O pai de Ana acionou todas as 308 unidades da Unimed do Estado a fim de rastrear hospitais e necrotérios por telefone. Ele disse que ela está com um cheque em branco e cruzado. "Estamos tirando extratos a toda hora para tentar localizar um possível depósito."

Estatística
Cerca de 1.500 pessoas desaparecem por mês no Estado (média de 50 por dia), segundo o delegado Basílio Samofalov, da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, que acompanha o caso de Ana.
Ele disse que em 90% dos casos as pessoas voltam para casa ou são localizadas. "Em 70% das vezes, elas se comunicam com a família dentro de 72 horas", afirmou.

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