São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995
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Economista vê revolução

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O acordo fechado pela Ford e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) é uma revolução em termos de negociação trabalhista no Brasil. A avaliação é do professor José Márcio Camargo, da PUC do Rio de Janeiro.
Camargo é economista e consultor da Organização Internacional do Trabalho. Para ele, o acordo Ford/CUT é um marco porque se trata de uma flexibilização de direitos que estão inscritos na Constituição, normalmente vistos como intocáveis.
"É uma sinalização para a necessidade de mudar a legislação", afirma Camargo. O professor tem se notabilizado pela defesa da mudança, por exemplo, na forma de negociação entre trabalhadores e patrões.
"No Brasil, convencionou-se que a negociação se dá na Justiça do Trabalho. Portanto, toda negociação ocorre depois da demissão."
O acordo, que prevê a adequação da jornada de trabalho à produção, segundo Camargo, é um primeiro passo para tornar as relações de trabalho mais cooperativas e menos conflitantes.
Para o diretor-executivo do Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), Pedro Paulo Martoni Branco, o acordo é "consequente".
"É adequado porque preserva parâmetros básicos que regiam o acordo anterior, ajusta o volume de horas de trabalho à sazonalidade da produção e reverte a terceirização que poderia ser exagerada", diz Branco.
Para ele, o acordo deverá resultar em ganhos de qualidade para a Ford e na garantia do emprego para os trabalhadores.

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