São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995
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Índice da Bolsa paulista despenca 6,52%

RODNEY VERGILLI
DA REDAÇÃO

Ontem houve nervosismo e queda nas Bolsas do mundo todo. O índice da Bolsa paulista despencou 6,52%, o que significou queda acumulada de 10,33% nos últimos dois pregões.
A queda de 6,52% do índice Bovespa em um só dia foi a maior desde 9 de março (-9,52%). O volume de negócios na Bolsa paulista ontem, de R$ 380,8 milhões, foi o maior desde 30 de agosto (R$ 442 milhões).
Tudo colaborou para derrubar as cotações nas Bolsas brasileiras ontem. Em Nova York, ocorreu alta nos juros dos títulos de 30 anos do governo norte-americano, de 6,31% no dia anterior para 6,37% ontem, e queda nas cotações dos títulos da dívida externa dos papéis de países latino-americanos.
Os juros subiram com a notícia de que o índice de encomendas de bens duráveis nos EUA aumentou 3% em setembro. O mercado teme o aumento da inflação nos EUA e os juros sobem.
A notícia sobre a internação do presidente Ieltsin, da Rússia, por problemas cardíacos, provocou queda nas Bolsas no mundo. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York caiu 1,05%. O indicador Financial Times de Londres recuou 0,43% e o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio declinou 1,36%.
A especulação sobre a demissão do ministro Cavallo, da Argentina, e a desvalorização cambial no México provocaram queda nas Bolsas dos países latino-americanos, com forte impacto no mercado acionário brasileiro.
O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, disse, em Buenos Aires, que a queda das bolsas de valores brasileiras reflete "uma fantasia do mercado". Para ele, não há possibilidade de ocorrer uma crise no sistema financeiro do Brasil.
As ações mais negociadas na Bolsa paulista foram as que mais caíram. Os papéis da Telebrás PN movimentaram 61,2% dos negócios à vista e registraram queda de 8,4% em seus preços.
(Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,078%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,34% para dias úteis, significando rendimento de 3,09% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,34% para dias úteis, o que significou rentabilidade de 3,07% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,2623%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 22% e 38% ao ano. CDBs pós-fixados para 123 dias: entre 17% e 17,5% ao ano, mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,37% ao mês, projetando custo de 3,92%. Para 32 dias (capital de giro): entre 40% e 87% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,69% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 6,52%, fechando com 40.602 pontos e volume financeiro de R$ 380,85 milhões. Rio: queda de 5,2%, encerrando a 18.681 pontos e movimentando R$ 33,82 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com 4.703,82 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.571,30 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 17.726,60 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,9620 (compra) e R$ 0,9623 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,9607 (compra) e por R$ 0,9617 (venda). "Black": R$ 0,958 (compra) e R$ 0,962 (venda). "Black" cabo: R$ 0,957 (compra) e R$ 0,959 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,930 (compra) e R$ 0,963 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: estável, fechando a R$ 11,76 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 25 foi positivo em US$ 1,022 bilhão. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 892,19 milhões. O saldo total está positivo em US$ 1,915 bilhão.

No exterior
Segundo a UPI, ontem, em Londres, a libra foi cotada a 1,5740 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4008 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 101,38 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para outubro fechou a 3,07% ao mês; para novembro, a 2,90% ao mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para outubro ficou a 41.300 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para outubro fechou a R$ 0,964 e a R$ 0,973 para novembro.

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