São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995
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Tarifa de energia deve aumentar até 40%

LILIANA LAVORATTI; ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento da tarifa de energia elétrica pode chegar a até 40% com a proposta da equipe econômica de eliminar totalmente os subsídios para a classe média.
O governo pretende autorizar aumentos de 6% a 13% nas contas de luz. Mas uma parte dos consumidores residenciais vai sofrer impacto ainda maior com a redução de subsídios na faixa de 100 KW/h a 200 KW/h.
Hoje, os clientes na faixa de consumo entre 100 e 200 quilowatts/hora (KW/h) por mês são beneficiados com desconto de 24%. A proposta em estudo permite subsídio apenas para quem consome até 100 KW/h. A partir desse teto o consumidor pagará a tarifa plena.
Um consumidor típico de 150 KW/h por mês na região Sudeste, por exemplo, possui todos os equipamentos elétricos em sua residência (geladeira, chuveiro elétrico, televisor e iluminação). Já um cliente com perfil de alta renda consome de 600 KW/h por mês para cima.
Na prática, os percentuais de reajuste serão maiores sobre a classe média do que sobre os grandes consumidores. É que os consumidores acima de 200 KW/h já pagam a tarifa plena, sem subsídio.
Os consumidores de baixa renda são os que têm maiores subsídios. Nesta faixa estão aqueles com contas de luz menores do que 100 KW/h. Um cliente que consome 30 KW/h por mês, por exemplo, paga R$ 0,66 -o que não cobre nem os gastos de leitura de consumo, impressão da conta e cobrança bancária.
No caso dos pequenos consumidores, as empresas estaduais de energia vão decidir como ficará o subsídio no futuro.
Outra alternativa em análise prevê a redução dos subsídios nas três faixas existentes. Hoje, existe desconto de 81% nos 30 primeiros KW/h consumidos; de 31 a 100 KW/h o desconto é de 55%; e de 101 a 200 KW/h, de 24%.
Nesse caso, o impacto sobre a classe média seria menor. Mas os consumidores de menor renda seriam mais atingidos.
Com uma ou outra forma de restrição ao subsídio, o governo acaba por permitir que o reajuste direto nas tarifas, depois de um ano de congelamento, não ultrapasse 13%.

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