São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procurador pede apuração de suborno

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP) requereu ontem a abertura de inquérito policial para apurar o caso da "fita do suborno".
O pedido foi assinado pelo procurador-geral de Justiça do Estado, José Emmanuel Burle Filho.
O ofício deverá chegar na segunda-feira ao delegado geral da polícia paulista, Antonio Carlos de Castro Machado.
"Tendo em vista as notícias divulgadas pelos meios de comunicação e representação feita pela Federação Paulista de Futebol relatando "suborno" de árbitros de futebol em partidas realizadas no Campeonato Paulista de futebol profissional da Série A-2, requisito a instauração de inquérito policial para apuração de responsabilidade criminal", diz o ofício.
Um pedido do MP para abertura de inquérito indica que o procurador-geral vê indícios suficientes de irregularidades.
Com isso, as investigações já superam a esfera puramente policial. À polícia cabe agora apurar o caso e enviar um relatório pormenorizado ao MP.
Com base nesse relatório, o procurador-geral pode:
1. arquivar o caso, por falta de provas ou ausência de delito; 2. considerar o relatório insuficiente e solicitar mais diligências à polícia; 3. denunciar os responsáveis pelos supostos crimes cometidos e determinar a abertura de processo judicial.
O inquérito, assim, não pode mais ser arquivado por decisão da polícia. Isso compete agora somente ao Ministério Público.
Além disso, o procurador-geral de Justiça pode designar um promotor para acompanhar as investigações junto à polícia.
Esse procedimento é comum em casos complexos ou de grande repercussão pública.
A Delegacia Geral de Polícia paulista deverá determinar agora se será instaurado um inquérito único, em São Paulo, ou se o caso será desmembrado em vários inquéritos.
Na "fita do suborno", o ex-juiz de futebol Wilson Roberto Catani relata casos de manipulação de resultado de jogos envolvendo clubes e pessoas de várias cidades, como Ribeirão Preto, Campinas, São Paulo, Araras e até Rio de Janeiro.
As polícias de Ribeirão Preto e Campinas já instauraram, por conta própria, inquérito para apurar o caso.
Na próxima semana, o presidente do Botafogo de Ribeirão Preto, Laerte Alves, deverá ser chamado para depor.
Na fita, Alves é citado por Catani num esquema para favorecer o Botafogo nas finais da Série A-2 do Paulista deste ano.

Texto Anterior: Grêmio bate o River Plate em Porto Alegre; André Cruz anuncia escolinha para crianças; Norte-americana grava música-tema dos Jogos; Pelé diz não pretender ser o presidente da Fifa; Diego Maradona pode desfalcar Boca amanhã; Chilavert retorna ao selecionado paraguaio; Técnico escala Rincón como atacante do Real; Seleção do Peru tem um novo comandante; Torneio Mercosul pode ter Uruguai como sede
Próximo Texto: PARA ENTENDER O CASO
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.