São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995
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Saúde de Ieltsin melhora, dizem assessores

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A saúde do presidente russo, Boris Ieltsin, melhorou sensivelmente entre anteontem e ontem, segundo informações de funcionários do governo ligados a ele, que negaram rumores de uma piora.
Ieltsin foi internado anteontem com um início de ataque cardíaco, o mesmo problema que já o havia acometido há quase quatro meses.
"Acho possível que esses rumores estejam sendo usados em manobras políticas e do mercado financeiro", afirmou Serguei Medvev, assessor de imprensa de Ieltsin. Após sua internação, um porta-voz do Parlamento britânico chegou a anunciar a morte dele.
Medvev disse que Ieltsin deve ficar sob vigilância médica pelo menos até o fim de novembro.
Os porta-vozes de Ieltsin disseram que ele se manteve consciente todo o tempo e que em momento algum se separou dos códigos que acionam as armas atômicas do país -o principal símbolo do poder das potências nucleares.
Mais otimista, o primeiro-ministro Viktor Tchernomirdin disse que Ieltsin deve ter alta já na semana que vem. Tchernomirdin é o sucessor imediato em caso de afastamento do presidente.
O ministro da Defesa, Pavel Gratchev, disse que não há causa para alarme e brincou: "Quanto antes sua saúde melhorar, mais cedo ele voltará a jogar partidas de tênis comigo".
A doença do presidente russo provocou o adiamento da cúpula dos líderes da Bósnia, que estava marcada para Moscou, a capital russa, na terça-feira (leia texto nesta página).
Os médicos que trataram de Ieltsin diagnosticaram que ele sofreu uma isquemia (falta de irrigação de sangue) no miocárdio (músculo do coração).
No dia 10 de julho, Ieltsin foi internado com o mesmo problema e teve de ficar 14 dias no hospital. Ele passou outros 14 dias em uma casa de repouso.
Um de seus auxiliares, Viktor Iliuchin, descreveu o ataque de ontem como sendo menos grave que o de julho.
Mesmo assim, os meio políticos russos se inquietaram. O mandato do presidente termina apenas no ano que vem, mas já se especula se ele poderá concluir seu período.
A hipótese de que Ieltsin se candidate à reeleição, em junho, é cada vez mais remota. Da mesma, forma, ele deve se afastar da campanha para a eleição parlamentar de dezembro.

Tchetchênia
Terminou ontem o mandato de Djokhar Dudaiev, presidente da república separatista da Tchetchênia. Entretanto, ele não deve abandonar o governo.
Ele disse que vai permanecer no posto porque a intervenção russa, em dezembro passado, impediu a realização de eleições. A delegação russa na região protestou.
Dudaiev foi eleito há quatro anos, com 90% dos votos.

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