São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995
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Equívoco; Encontro de trabalho; Espiritismo; Retificação; Cidadão armado

Equívoco
"A reportagem 'Privatização não resolve tudo, diz Serra', publicada na edição de 27/10, contém um equívoco flagrante. Segundo o texto, transportado para a manchete de primeira página (que, por chamar mais a atenção, deveria ser melhor conferida com os fatos), o governo FH teria privatizado duas estatais neste ano. Se a reportagem tivesse consultado o governo ou o próprio noticiário da imprensa teria verificado que, segundo os critérios da manchete e do texto da reportagem, o número seria cinco e não dois. A reportagem em questão também incorre em outro erro: coloca declaração do ministro José Serra fora de contexto, omite argumentos fundamentais que o ministro apresentou em favor da privatização e as explicações, também fundamentais, a respeito do ritmo do processo, tudo com o aparente intuito não de informar o leitor, mas de induzi-lo a pensar segundo as idéias preconcebidas do jornalista. Trata-se, na verdade, de um artigo de opinião que é apresentado como reportagem, e por isso desinforma e confunde o leitor."
Inácio Muzzi, coordenador de Comunicação Social do Ministério do Planejamento e Orçamento (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Marta Salomon - O governo privatizou apenas duas estatais: Salgema e Escelsa. As outras três -Copene, CQR e CPC- não estavam sob controle do governo federal. O governo apenas vendeu sua participação minoritária. A reportagem não é opinativa, mas informativa.

Encontro de trabalho
"Com relação à reportagem 'Planalto organiza ato para volta de Motta' (26/10), cabe esclarecer o seguinte: o evento destina-se à exposição de alguns dos principais projetos que vêm sendo preparados pelo Ministério das Comunicações e à assinatura de decretos que regulamentam o setor de telecomunicações. Marcou-se, portanto, um encontro de trabalho em função da repercussão dos projetos e das profundas transformações em curso no setor, sinalizadas pelas referidas iniciativas. Esse é o sentido do ato, e não o de uma recepção política ao ministro Sérgio Motta, como diz a reportagem."
Francisco Mendonça Filho, assessor de imprensa do Ministério das Comunicações (Brasília, DF)

Espiritismo
"No caderno Guerra Santa (22/10), a Folha publicou informações sobre o espiritismo às quais solicitamos que fossem acrescentadas: o espiritismo surgiu em 18 de abril de 1857, em Paris, ocasião do lançamento da primeira edição de 'O Livro dos Espíritos', de Allan Kardec. É uma doutrina estudada e praticada sob três aspectos: científico, filosófico e religioso, baseando-se na moral cristã. Foi revelada pelos espíritos através dos médiuns. Segundo seus ensinamentos, todos os espíritos são criados simples e ignorantes e os sofrimentos que afligem a muitos são temporários e fruto de estados conscienciais. Allan Kardec, na obra citada, caracteriza o espiritismo e o comportamento espírita, informando sobre a crença em Deus, a imortalidade da alma, a comunicabilidade dos espíritos, a multiplicidade dos mundos habitados, o exercício da caridade, a vivência dos postulados morais. Prega a fé e a razão e respeita todas as religiões. Não possui cultos nem sacerdócio organizado."
Attilio Campanini, presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

"Foi com surpresa e indignação que vi na coluna 'Glossário das Religiões' a forma descabida e errônea no que se refere à doutrina espírita. 1) A doutrina espírita foi codificada em 18/4/57, após estudos sérios e comprovados, e não em 1848. 2) O nome correto do codificador é Denizard Hippolyte Leon Rivail. 3) O espiritismo não se divide entre os que aceitam e os que não aceitam a reencarnação, pelo contrário, é uma das bases fundamentais da doutrina espírita, que a classifica como uma lei natural. 4) A doutrina espírita não tem rituais, portanto, com o devido respeito, não pode ser comparada às religiões afro-brasileiras. 5) Não concorda com a nomenclatura 'anjo ou demônio'."
Antonio Tadeu Minghin (São José do Rio Preto, SP)

Nota da Redação - Leia seção Erramos abaixo.

Retificação
"Na qualidade de advogados e procuradores de Scholl Latin America Limited vimos expor: na edição de 11/10 este jornal veio a publicar a reportagem 'Empresas dão tratamento especial para os pés'. No bojo da referida reportagem encontra-se veiculado fato inverídico, que toca diretamente a imagem empresarial de nossa mandante. Lê-se que: 'A Dr. Scholl, que está mudando o nome para Tecnopé, também oferece opções de tratamento'. Ao final do texto constou: Dr. Scholl (Tecnopé) -tel. 62-5794. Nossa mandante manteve com a empresa Tecnopé Indústria e Comércio Ltda., durante vários anos, relações comerciais onde a Tecnopé estava legitimada a comercializar, no Brasil, produtos para o tratamento dos pés em geral sob licença de nossa mandante. Tal relação foi rescindida no mês de julho do corrente ano. Independentemente dos efeitos jurídicos/comerciais que emanam da desconstituição da relação comercial então existente, nossa cliente não está mudando de nome, como desavisadamente este jornal noticiou. A Dr. Scholl continuará sua trajetória de sucesso mundial, inclusive no Brasil, sem a parceria com a Tecnopé que, por seu turno, deverá desenvolver suas operações sem poder fazer qualquer alusão à imagem e prestígio empresarial de nossa mandante. Da forma como foi informado aos leitores estaria ocorrendo o desaparecimento da Dr. Scholl, com a permanência da Tecnopé, como se esta tivesse sucedido àquela. O que não ocorre. Sob o ponto de vista comercial estabelece-se a confusão posto que se trata, na verdade, de duas empresas absolutamente distintas e, a partir dos efeitos do distrato, passam a ser concorrentes."
Mauricio Ariboni (São Paulo, SP)

Cidadão armado
"Quando se desarma a polícia arma-se o cidadão. Se o patrimônio particular não encontra a garantia adequada no sistema policial, financiado com os impostos pagos pelo cidadão, é legítimo que este proteja a sua segurança por seus próprios meios. Claro que não se pode tomar a justiça nas próprias mãos. Aí a garota de 20 anos, viciada em crack e já condenada pela Justiça, filha de pais doutores e divorciados, tenta furtar um toca-fitas. O alarme do carro dispara e do 12º andar de um prédio um jovem comerciante atira para afugentar o ladrão. E mata a moça dependente e delinquente. Crime? Fatalidade? De quem é a culpa? Que responda a Secretaria da Segurança Pública."
Afanasio Jazadji (São Paulo, SP)

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