São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 1995 |
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Centro Cultural faz ciclo sobre homem do campo
JOSÉ GERALDO COUTO
Além dos filmes (leia programação ao lado), haverá um show de música caipira (hoje, às 21h) e dois debates: um sobre "Imaginário Sertanejo e Dramaturgia" (amanhã, às 20h), com Nelson Pereira dos Santos, e outro sobre "Identidade e Mercado" (sábado, às 20h), com André Klotzel. Tanto Nelson Pereira como Klotzel têm o cinema caipira como ponto importante de sua trajetória. O primeiro começou sua carreira como assistente de direção num clássico do gênero, "O Saci" (1953); 27 anos depois, realizou o controvertido "A Estrada da Vida", com a dupla sertaneja Milionário e Zé Rico. Klotzel, por sua vez, homenageou e revitalizou o cinema caipira em 1985, com "A Marvada Carne". Essa intenção panorâmica explica a diversidade do ciclo, que inclui desde dramas mudos como "Canção da Primavera" (1923), de Igino Bonfiglioli, até um filme experimental como "Liliam M" (1975), de Carlos Reichenbach, passando por preciosidades documentais de Humberto Mauro e, claro, sucessos protagonizados por Mazzaropi. Deste último, serão exibidos "Candinho" (1953), "Jeca Tatu" (59), "Casinha Pequenina" (63) e "Uma Pistola para Djeca" (70). Os dois primeiros são clássicos absolutos do gênero. "Casinha Pequenina" foi incluído, segundo Regina Jehá, por representar "uma abordagem sociológica interessante da família caipira." "Caipira-spaghetti" Já "Uma Pistola para Djeca" é um representante do que a curadora chama de "caipira-spaghetti", tendência que inclui "Meu Nome é Tonho" (1969), de Osualdo Candeias. São filmes que assimilam antropofagicamente a influência dos então florescentes (e extravagantes) faroestes italianos. Para os fãs de uma música caipira menos plastificada que a de Leandro e Leonardo, a mostra oferece "Lá no Meu Sertão" (1963), de Eduardo Llorente, estrelado por Tonico e Tinoco e inspirado na história da dupla. O ciclo "O Caipira Imaginário" é promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. O Centro Cultural São Paulo fica à rua Vergueiro, 1.000, junto à estação Vergueiro do Metrô (tel. 011/227-3611). A entrada é franca. Texto Anterior: Lançamentos reúnem tiras de Glauco e Laerte Índice |
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