São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 1995
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Micro controla usina a 100 km de distância

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Está funcionando no município paulista de Espírito Santo do Pinhal (197 km ao norte de São Paulo) a primeira usina hidrelétrica inteligente do país.
A Usina Hidrelétrica de Eloy Chaves é uma PCH (pequena central hidrelétrica) da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).
Sua operação e monitoração são controladas por computadores, em um processo pioneiro no Brasil, segundo a empresa.
O sistema é composto por dois controladores programáveis ligados por uma rede de fibra óptica a micros 486.
O primeiro controlador está instalado na barragem, que represa as águas que movimentam as turbinas da usina e geram energia.
Esse controlador monitora o nível da água da represa e o limpador de grades, que impedem a entrada de detritos na água que vai para a turbina.
O aparelho também aciona as comportas e libera a operação das turbinas.
O segundo controlador, dentro da usina, está ligado a mais de 250 sensores controladores de temperatura, pressão e nível de óleo, que dão a partida nas unidades geradoras. Os computadores estão conectados com o Centro de Operações da CPFL, em Campinas, a 100 km da usina.
As principais vantagens da operação computadorizada estão na redução de mão-de-obra e na melhoria da manutenção da usina e da previsão da demanda de fluxo de energia da região, segundo a Altus, empresa responsável pelo desenvolvimento do sistema.
"No sistema tradicional, as informações sobre produção de energia são baseadas em médias; os instrumentos são checados por operadores, que compilam os dados e os enviam para a central", diz Ricardo Felizzola, diretor de marketing da Altus.
A automação dispensa o operador e permite que as informações sobre o desempenho da usina sejam enviadas em tempo real para a Central de Operações.
"A usina pode ser controlada à distância graças a um programa de supervisão que simula dinamicamente as comportas e outros equipamentos da usina. Quando a água sobe na represa, ela também sobe na tela do programa, em tempo real, diz Felizzola.
Todo o sistema custou à CPFL cerca de US$ 900 mil, incluindo adaptações eletromecânicas em uma das unidades geradoras.
A automação permitirá que a usina seja operada por apenas dois funcionários, responsáveis por serviços de conservação dos equipamentos e operação convencional, caso seja necessária.

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