São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 1995
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"Miss Leite B" rende 72 quilos por dia

DA REPORTAGEM LOCAL

A vaca Deyse, uma puro-sangue holandesa, conseguiu fornecer 72,2 quilos de leite de média em três dias e sagrou-se campeã do Torneio Leiteiro "Miss Leite B", que terminou no último domingo, em São Paulo.
O "Miss Leite B" fez parte da programação da Expomilk 95, principal mostra de gado leiteiro da América Latina , que reuniu no Agrocentro (antigo parque da Água Funda) cerca de 1.300 animais pertencentes a 150 criadores brasileiros.
A marca da vaca Deyse, no entanto, não alcançou os 77,9 quilos obtidos pela vaca Concórdia no torneio do ano passado.
Deyse pertence a Algênio Ferraz de Castro, fazendeiro em Carmo de Minas, no sul de Minas Gerais, e produtor diário de 1.200 litros de leite tipo B.
Sua extraordinária produção diária de 72,2 quilos de leite durante o torneio leiteiro não significa que Deyse forneça a mesma quantia na fazenda.
Durante o " Miss Leite B", as vacas permanecem estabuladas e sua alimentação é duplicada com ração e muita silagem de milho e feno de alfafa.
Em Carmo de Minas, certamente, a produção de Deyse cai pela metade.
Mesmo assim, ela é mais produtiva do que a maioria do rebanho nacional, que não ultrapassa a média diária de 2,5 litros.
Todas as raças leiteiras criadas no Brasil estavam representadas na exposição.
Foi preciso a improvisação dos organizadores para o alojamento dos animais, pois o número de argolas foi insuficiente.
Cerca de 120 empresas ligadas à pecuária de leite, como as de genética, implementos, miniusinas e produtos veterinários, ocuparam todos os estandes disponíveis no Agrocentro.
"Acredito que a Expomilk deste ano superou as anteriores em volume de negócios fechados pelas empresas", afirmou Jorge Rubez, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite B, entidade coordenadora do evento.
As vendas das empresas ainda não foram divulgadas pelos organizadores. Era evidente, porém, que seus proprietários estavam satisfeitos.
Renato Duprat Filho, empresário paulista e criador de gado jersei, fabrica, há um ano, diversos tipos de queijos (prato, provolone, frescal, parmesão) em sua fazenda em Jundiaí, a Santa Isidoro.
Eles expôs os produtos pela primeira vez e seu estande era um dos mais movimentados.
"A Expomilk é uma excelente vitrine", disse Duprat, enquanto comemorava negócios feitos com casas requintadas, como os empórios Santa Luzia e Santa Maria, para venda dos queijos Guiga.
Jorge Rubez ressaltou o caráter internacional da Expomilk 95.
"Este ano, a feira recebeu delegações da Holanda, Canadá, Itália, EUA e de toda América do Sul", disse.
Empresas estrangeiras já confirmaram espaço na versão 96 da Expomilk, diz Rubez.
Representantes da Associação Italiana de Gado Holandês e do consórcio 'Semenzoo Italy", presentes na Expomilk, uniram-se a uma empresa nacional, a Superga, para introdução no Brasil da genética italiana da raça holandesa.

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