São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 1995
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Feira de flores em Valência abre mercado para o Brasil

SEBASTIÃO NASCIMENTO
ENVIADO ESPECIAL A VALÊNCIA, ESPANHA

A presença do Brasil em uma das mais importantes feiras européias de floricultura, a Iberflora, realizada em Valência (sul da Espanha), deve ampliar o mercado para as flores brasileiras.
"Podemos agora dobrar a nossa receita anual com exportações de US$ 16 milhões para US$ 32 milhões", estima Rubens Mac Fadden, presidente do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), que comandou a visita de um grupo de floricultores brasileiros a Valência, entre os dias 19 e 22 últimos.
Para Mac Fadden, os negócios fechados durante a feira e os contatos com empresários europeus devem atingir a soma de US$ 16 milhões dentro de um ano.
"A proposta brasileira era dar o primeiro passo no cenário internacional, mas o interesse dos europeus por flores e plantas tropicais superou nossas expectativas", afirma Mac Fadden.
Realizada há 24 anos, a Iberflora reuniu, este ano, 352 expositores, sendo 293 espanhóis e 59 da Itália, Holanda, Dinamarca, Bélgica, França, Alemanha, Portugal e Suécia (maiores produtores e consumidores mundiais de flores), além do Brasil, Argentina e Costa Rica.
O comércio internacional de flores movimenta US$ 5 bilhões/ano.
Mesmo na hipótese otimista de conseguir dobrar para US$ 32 milhões sua receita, a fatia do Brasil no mercado mundial de flores continuará pequena.
A Costa Rica, por exemplo, com apenas 4 milhões de habitantes, fatura US$ 100 milhões por ano com flores.
Para Jordi Castan, paisagista catalão nascido em Barcelona, que há dez anos vive em Joinville (SC), a União Européia (UE) deve se tornar uma via de mão dupla para os floricultores brasileiros.
Exportador, Castan afirma que os produtos tropicais são pouco conhecidos na Europa. "Plantas pequenas e bulbos, porém, são muito apreciados por lá" diz.
Por outro lado, empresários europeus que detêm tecnologia para produção e industrialização de flores, como estufas, material de irrigação e embalagens, também demonstraram interesse em investir no Brasil.
"Nosso mercado está em crescimento e são poucas as empresas brasileiras que detêm tecnologia", diz Renato Opitz, gerente da Holambra, cooperativa paulista que exporta bulbos de gladíolos.
Segundo Opitz, somente no campo (sem considerar o consumo), o setor de flores movimenta R$ 300 milhões por ano no Brasil.
O estande do Brasil, decorado de forma discreta (sem o apelo carnavalesco), expôs 80 variedades de flores, plantas e bulbos de diversas regiões.

O jornalista SEBASTIÃO NASCIMENTO viajou a Valência a convite do Ibraflor.

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