São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 1995 |
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Covas evita confronto em ato pró-Banespa
SILVANA QUAGLIO
Terminado o rápido encontro, todos seguiram para a Assembléia Legislativa, onde principalmente funcionários e deputados estaduais aguardavam o grupo para um grande ato público. No Palácio dos Bandeirantes, apenas o governador Covas e o presidente da Associação Paulista dos Municípios, Wilson José, fizeram discurso. Havia poucos deputados estaduais e federais e nenhum senador. Os parlamentares que aderiram ao ato preferiram ir diretamente à Assembléia. Covas reforçou a importância de implementar uma administração profissional no Banespa para que o banco não seja desviado da função para a qual foi criado, a de promover o desenvolvimento do Estado e de setores da economia, como micro e pequenas empresas. Para isso, segundo Covas, é necessário mudar as regras atualmente em vigor. O governador já havia se batido nesse ponto anteriormente, mas não para uma platéia com tão grande número de políticos. Segundo os organizadores do evento, mais de 200 prefeitos compareceram à audiência com Covas. A expectativa inicial era que o número superasse os 300. O governador frisou, ainda, que se a intervenção do Banco Central não tivesse ocorrido às vésperas de sua posse, ele teria proposto uma negociação para o pagamento da dívida, que ele assume como do Estado. "Não deixaria de assumir essa dívida e assumiria, da mesma forma, o compromisso de profissionalizar a gestão do banco", afirmou Covas. A intervenção do BC no Banespa foi decretada no dia 30 de dezembro de 1994 em função das dificuldades financeiras que o banco atravessava havia alguns meses. Wilson José, escolhido para falar em nome dos prefeitos e vereadores, também se esforçou para desvincular qualquer idéia de confronto com o governo federal que o encontro pudesse ter. "Estamos aqui num ato de solidariedade ao governador e ao presidente Fernando Henrique Cardoso." Covas continua negociando uma saída para a crise do Banespa e acredita que o desfecho está próximo. Quer evitar, portanto, que qualquer ruído atrapalhe as conversas. Também não deseja confrontar FHC de público, tucano como ele. O governador disse à imprensa que não compareceria ao ato na Assembléia Legislativa, apesar de considerar a reivindicação justa. "É justo que o Estado reivindique a volta do banco para o controle do Estado, mas este tipo de movimento não ajuda nem atrapalha. Não definirá nada", disse o governador. Com relação à negociação, Covas afirmou que a proposta que enviou ao BC continua "de pé". Trata-se da intenção do governo paulista de pagar metade dos R$ 13 bilhões com a venda de patrimônio do Estado e o restante em prazos mais longos e com os mesmos juros negociados para a dívida externa (bem mais baixos do que os praticados no mercado interno). "Tenho lido nos jornais que o BC está discutindo internamente, mas não recebi resposta oficial depois de enviar a proposta", afirmou o governador. Texto Anterior: Procuradoria pede execução de multa de PC Próximo Texto: Estratégia é tentar garantir profissionalização Índice |
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