São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 1995
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Garoto é julgado nos EUA por assédio

ROBERTO SAMORA
DA AGÊNCIA FOLHA

O garoto brasileiro W.S., 17, vai a julgamento hoje nos EUA, acusado de assédio sexual.
O adolescente é acusado de ter acariciado os seios de uma menina de 14 anos, amiga da família norte-americana com a qual ele morava, em Superior, cidade do Estado de Wisconsin.
W.S. foi para os EUA fazer intercâmbio cultural pela empresa AFS (American Field Service).
Segundo a AFS, a acusação é de que a garota estaria deitada, durante a noite, e W.S. teria feito a abordagem. A menina só teria comentado o acontecido na manhã seguinte.
Se o garoto for condenado, a pena máxima que ele pode pegar é a de prestar serviços comunitários, segundo a empresa de intercâmbio. A mínima, a de ser obrigado a assistir aulas de educação sexual.
A AFS possui um advogado que está cuidando do caso na Justiça de Superior. Segundo o diretor administrativo da AFS, Túlio Kafuri, 24, o estudante está "assustado" com a acusação.
Para a empresa, tudo não passa de uma falha de comunicação. "W.S. não falava inglês no início. O menino pode ter se aproximado da garota querendo amizade, mas ela entendeu mal", disse Kafuri.
O fato aconteceu no dia 21 de agosto, cerca duas semanas depois que W.S. chegou aos EUA.
"Mesmo se for condenado, W.S. poderá continuar estudando nos EUA", afirmou a diretora da AFS, Andréia Vecci, 23.

Office Boy
W.S. é office boy de um banco de Goiânia (GO) e participa do programa de intercâmbio cultural desde agosto. Ele completou 17 anos no último dia 24.
W.S. pertencia ao Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro, entidade filantrópica que tem convênio com a AFS (American Field Service), empresa responsável pelo intercâmbio de estudantes entre o Brasil e os EUA.
W.S. foi o único escolhido, entre 40 garotos, para participar do intercâmbio "porque tem preocupações sociais, é responsável e apresenta bom aproveitamento escolar", segundo o diretor administrativo da AFS, Túlio Kafuri, 24.
W.S. é o primeiro filho de uma família que mora na periferia de Goiânia. O pai é guarda-noturno. A mãe, dona-de-casa. Ele tem um irmão de 15 anos.

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