São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 1995
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Seminário propõe busca de 'soluções simples'

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Soluções simples e pequenas mudanças foram apontadas ontem no Seminário Internacional "Centro 21" como a melhor forma de tentar resolver hoje os problemas de uma cidade como São Paulo.
O presidente Fernando Henrique Cardoso abriu o seminário, no hotel Hilton (centro de São Paulo), dizendo que a sua participação era "um estímulo" como morador de São Paulo e como alguém que vem estudando os problemas dos grandes centros urbanos.
Segundo o presidente, São Paulo só vai se tornar uma "cidade mundial" quando estiver envolvida em uma grande rede de comunicações, como a Internet, que possibilitará às pessoas receberem informação de forma direta.
Como exemplo de "soluções simples" para os principais problemas da cidade, o governador do Paraná, Jaime Lerner, apontou a experiência com o transporte e a coleta de lixo em Curitiba, também citados pelo presidente.
"Querer resolver todos os problemas é prepotência. Não se deve buscar o ideal distante, mas o possível já. Em qualquer cidade, pode-se realizar grandes mudanças no meio ambiente, nos transportes e na área social em menos de dois anos", disse Lerner.
O primeiro passo a ser dado em São Paulo, segundo Lerner e a coordenadora do seminário, a arquiteta Regina Prosperi Meyer, é a revitalização do centro.
Isso incluiria o incentivo à moradia na região e a garantia de prestação de serviços 24h.
Assim, segundo Lerner, se conseguiria a "integração de funções": moradia, trabalho, serviços e lazer no mesmo local, diminuindo problemas com transportes.
"As pessoas morariam e trabalhariam no mesmo lugar. Além disso, o centro tem uma boa concentração de linhas de metrô, o que garante uma boa mobilidade, fundamental para uma grande cidade", disse Regina.
À tarde, os urbanistas François Ascher e Jordi Borja falaram sobre soluções urbanas encontradas para Paris e Barcelona.
Borja defendeu a adoção de ações específicas e soluções possíveis. Ascher afirmou que não adianta esperar que a tecnologia avance a ponto do homem não mais viver em concentrações.
"Quando apareceu o telefone, as pessoas acharam que a facilidade diminuiria a necessidade de mobilidade. Hoje o celular é usado no trânsito para ganhar tempo."

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