São Paulo, quarta-feira, 1 de novembro de 1995
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Tucano terá de negociar de novo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com a prorrogação do FSE por 18 meses apenas, o presidente Fernando Henrique Cardoso terá de voltar a negociar com o Congresso, logo depois das eleições municipais do ano que vem, uma nova prorrogação do fundo.
"O governo é forte, mas o Congresso também é e não quer dar tudo de uma vez só", resumiu o deputado Heráclito Fortes (PFL-PI). "Vamos devagarzinho."
O prazo do FSE -dois anos e meio menor do que o inicialmente reivindicado por FHC- foi resultado de um acordo conduzido pelos presidentes da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O acordo é sustentado pelos aliados de FHC no Congresso.
"Os líderes não quiseram dar um prazo maior com medo de que o governo pudesse virar as costas ao Congresso", observou o deputado Roberto Brant (PSDB-MG). "Eles (os parlamentares) preferem deixar o governo inseguro", completou.
Os apelos do presidente foram inócuos diante do acordo fechado pelos líderes partidários para prorrogar o FSE por apenas um ano e meio.
"São 18 meses e nem mais um dia", insistiu ontem o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE). "Se for preciso, voltaremos a discutir isso no ano que vem", reforçou o líder do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
As motivações do acordo que limitou a prorrogação do FSE chegam até a sucessão de FHC, em 1998. O vice-líder do PSDB, deputado Arthur Virgílio (AM), tentava atrair o apoio de Sarney para o fundo com o seguinte argumento: "Ele poderá se qualificar como aliado do Plano Real e se credenciar para a sucessão".

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