São Paulo, quarta-feira, 1 de novembro de 1995
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Sem-terra protestam em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) promoveu ontem, em São Paulo, dois protestos contra a prisão de líderes do movimento e em "repúdio" às decisões da Justiça sobre a reforma agrária.
Cerca de 450 sem-terra, trazidos pelo MST de seis assentamentos no interior do Estado, participaram de cada um dos atos.
A primeira manifestação ocorreu pela manhã em frente a um dos prédios da Justiça Federal na avenida Paulista.
À tarde, o MST levou os sem-terra em ônibus fretados para o portão principal da penitenciária feminina do complexo do Carandiru (zona norte de São Paulo), onde está presa Diolinda Alves de Souza, líder do movimento.
Geraldo José da Silva, coordenador estadual do MST, disse que os sem-terra promoveram os atos em solidariedade a Diolinda e Márcio Barreto, presos anteontem, e para demonstrar a insatisfação com a Justiça.
Segundo ele, "a Justiça tem que interromper atitudes que só atrapalham a reforma agrária no país". Entre essas ações, ele cita a demora na oficialização de assentamentos.
Um carro de som da CUT foi utilizado durante os atos. Os manifestantes receberam faixas defendendo a reforma agrária de sindicatos filiados à central, entre eles químicos do ABC, condutores, construção civil do ABC, professores e metroviários.
À noite, os sem-terra voltaram para o interior, mas o MST pretende promover um acampamento, a partir de hoje, em frente ao presídio feminino.
Os sem-terra pretendem ficar acampados em frente à prisão até que Diolinda seja colocada em liberdade.

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