São Paulo, quarta-feira, 1 de novembro de 1995
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Entidades pedem afastamento de delegado que apura tortura no CE

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

As comissões de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da Arquidiocese de Fortaleza pediram ontem ao Ministério da Justiça o afastamento do delegado que apura a morte de José Ivanildo de Sousa, ocorrida numa cela da Polícia Federal, no último dia 25, em Fortaleza (CE).
Segundo um laudo do IML (Instituto Médico Legal), Sousa morreu em consequências de um "violento espancamento".
Sousa foi encontrado morto em sua cela no dia seguinte após sua prisão. Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, deputado Mário Mamede (PT), o delegado que preside o inquérito, Francisco Sá Cavalcante, não tem "isenção para trabalhar".
Mamede diz que Sousa foi preso por policiais subordinados a Cavalcante e que ele estava sob a tutela de sua delegacia antes de morrer. Ele havia sido preso acusado de tráfico de drogas.
Cavalcante disse que a suspeita levantada pelas comissões de Direitos Humanos é "improcedente". "Tenho ordem do comando da PF para apurar essa morte com o máximo rigor, doa a quem doer. É assim que vou agir", disse.
Desde ontem, representantes do Ministério da Justiça e da direção geral da Polícia Federal estão em Fortaleza, acompanhando os depoimentos dos policiais envolvidos na prisão de Sousa.
Cavalcante disse que ainda não tem previsão de quando irá concluir o inquérito. Segundo ele, ainda não existem indícios de que Sousa foi morto sob tortura.

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