São Paulo, quarta-feira, 1 de novembro de 1995
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'Cleópatra' é maldito que merece revisão

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

"Cleópatra", o filme, tornou-se mais famoso do que Cleópatra, princesa e depois rainha do Egito.
Não por nada: o filme que passa hoje, à 1h, na Globo, levou quase um ano para ser filmado, enfrentou os problemas de saúde e os emocionais de sua estrela, Elizabeth Taylor.
São muitos os casos de grandes filmes em que o diretor é substituído. "Cleópatra" é um caso em que na produção houve mudanças, com Richard Zanuck assumindo o problema, e Joseph Mankiewicz, honrado diretor de clássicos como "A Malvada" ou "A Condessa Descalça", entrando para salvar os móveis.
Resumindo, custou uma fortuna, decepcionou na bilheteria e, no fim das contas, afundou a Fox.
Isso é o que se pode chamar de um filme maldito, tanto mais que pegou a rabeira da época das grandes produções. Pouca gente se mostrou disposta a entrar no cinema para ver quase quatro horas de filme.
Mas, com um pouco de paciência, é possível ver "Cleópatra" por um ângulo mais favorável. Mesmo em TV, um formato ingrato para filmes grandiosos, é possível perceber o cuidado da produção (para não falar do luxo, que é óbvio).
"Cleópatra" ganharia em ser mais curto. A tumultuada vida da rainha, seus romances com César, com Marco Antonio, atrairiam mais o público e se tornariam mais dinâmicas numa versão "Readers' Digest".
Ainda assim, está longe de ser um trabalho a rifar. Quando mais não seja, Elizabeth Taylor está no apogeu de sua beleza e tratada realmente como uma rainha. Richard Burton e Rex Harrison são dignos comparsas.
E o drama, as intrigas político-amorosas que cercam sua existência, estão lá, ainda que rarefeitos e, por vezes, soterrados pelo peso do conjunto.
(IA)

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