São Paulo, quarta-feira, 1 de novembro de 1995
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Bósnia começa hoje a discutir paz

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que as negociações de paz sobre a Bósnia que estão previstas para começar hoje, em Dayton (Ohio, EUA), podem ser a última chance de paz na região.
"Chegamos a um momento decisivo na Bósnia. É a melhor chance de paz desde o início da guerra. Pode ser a nossa última chance", disse Clinton, em Washington.
As negociações ocorrerão na base da Força Aérea de Wright-Patterson, onde várias das equipes de negociação da Sérvia, da Bósnia e da Croácia já chegaram.
Os presidentes Franjo Tudjman (Croácia), Slobodan Milosevic (Sérvia) e Alija Izetbegovic (Bósnia) estarão presentes.
As negociações podem durar semanas e vão tratar de questões constitucionais e territoriais de um futuro Estado da Bósnia.
A guerra no país começou em abril de 1992, quando os sérvios se recusaram a aceitar a independência da Bósnia sob um governo muçulmano. A Sérvia estará representando os sérvios da Bósnia porque vários de seus líderes são procurados por crimes de guerra.
Os croatas são vistos como aliados do governo muçulmano da Bósnia desde fevereiro de 1994.
Em recentes acordos celebrados em Nova York (EUA) e Genebra (Suíça), os negociadores decidiram que a Bósnia será um único país com um único presidente e Parlamento, mas com duas entidades dentro dele, a dos croatas e muçulmanos e a dos sérvios.
Os sérvios (33% da população) seriam responsáveis por 49% do território e um terço da representação política, cabendo aos outros grupos o resto da administração.
Desde 12 de outubro, em função das negociações que começam hoje, a região vive oficialmente um cessar-fogo, que, no início, foi desrespeitado no noroeste do país.
O chanceler da Bósnia, Muhamed Sacirbey, acusou um dos negociadores do lado sérvio pelo possível massacre de 6.000 muçulmanos durante a tomada de Srebrenica pelos sérvios em julho.
"Não podemos distinguir entre o líder dos sérvios Radovan Karadzic e Momcilo Krajisnik." Krajisnik é o líder do "parlamento dos sérvios da Bósnia".
Hoje também o enviado da ONU à ex-Iugoslávia, Yasushi Akashi, deixa a região, depois de 22 meses no cargo. Akashi será substituído a partir de sexta-feira pelo iraquiano Kofi Annan.
A Câmara dos EUA aprovou anteontem que "não deve ser presumido que a aplicação de um plano de paz implica o envio de soldados para a Bósnia". Clinton pretende enviar 25 mil soldados.

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