São Paulo, quarta-feira, 1 de novembro de 1995 |
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Grande engano A última coisa que se deve fazer num paiol é riscar um fósforo. Foi exatamente o que ocorreu com o episódio da prisão dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Diolinda Alves de Souza e Márcio Barreto. Com o detalhe de tentar humilhar ainda mais os sem-terra, Diolinda, que obviamente não representava nenhuma ameaça aos policiais, ainda foi forçada a posar para jornalistas sendo algemada. É evidente que a política dos sem-terra de simplesmente invadir propriedades privadas está à margem da lei e, nesse sentido, deve ser condenada. É igualmente claro que Diolinda e Barreto podem até ser apropriadamente acusados de agitadores profissionais, mas eles certamente não são perigosos quadrilheiros que devam ser algemados e trancafiados no Carandiru. Eles são as lideranças -goste-se ou não- de uma parcela da população rural brasileira. Parte das elites brasileiras, infelizmente, ainda parece acreditar que a questão social no Brasil é um caso de polícia. Obviamente, elas estão erradas. Texto Anterior: Dinheiro no Planalto Próximo Texto: Antes tarde Índice |
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