São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995 |
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Canoa sofre com modernidade
FÁBIO MEIRELLES
Hoje, Canoa Quebrada, nome dado porque uma canoa bateu nos recifes e ficou por lá quebrada, tem infra-estrutura de um grande pólo turístico. Muitos pescadores investiram em pousadas e restaurantes, ou mesmo em bares ao longo da praia, mas o monumento da Lua e Estrela resiste, trazendo lembranças dos que passaram por ali e presenciaram o pôr-do-sol e a simplicidade dos pescadores. Alugue um bugue e vá conhecer algumas lagoas, a vista do mirante -que as dunas escondem- e casas distantes de estrangeiros que se apaixonaram e por ali ficaram. Após o mirante, dê uma parada para brincar de "esquibunda e chegar até os dois bares instalados próximos às lagoas. A viagem pela praia desvenda inúmeras jangadas descansando, próximas a vestígios de bares que foram soterrados pela erosão. Terminado o passeio, coma um espeto de queijo branco na brasa e compre lembranças de artesãos franceses e peruanos. Saque sua filmadora ou máquina fotográfica em um passeio a pé pelo vilarejo e registre uma situação inusitada: moradores precisam tirar areia das portas para conseguir sair de casa. No mesmo lugar existem casas de barro e telhados de palha que estão abandonadas, esperando que o tempo defina seu fim. A música traz a opinião dos mais antigos: "Não quero mais macarrão, quero voltar pro pirão. Os amigos estão modernos e a aldeia também, eu quero tudo de palha e o telhado não tem. Texto Anterior: Praias proporcionam 168 horas de prazer Próximo Texto: Lagoinha 'afoga' tédio Índice |
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