São Paulo, sexta-feira, 3 de novembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Apuração de massacre exige novo equipamento
AUGUSTO GAZIR
A afirmação é do diretor-técnico do Instituto de Criminalística de São Paulo, Osvaldo Negrini. Em 2 de outubro de 92, 111 presos foram mortos pela Polícia Militar, durante uma rebelião no presídio do Carandiru. Segundo Negrini, com o microscópio "informatizado" canadense, a perícia nas 480 armas e 350 balas, recolhidas no presídio, pode ser feito em até oito meses. O preço do equipamento hoje, no Canadá, é US$ 600 mil. "Que foi a PM todo mundo sabe, mas enquanto não for feito o exame balístico não podemos identificar individualmente os culpados", disse Negrini. "Esse microscópio é o que no momento poderia resolver o problema", afirmou. Negrini afirmou que o equipamento lê as marcas das balas e já as identifica com os canos das armas. Esse exame hoje, no Brasil, é feito com microscópios comuns. A comparação das balas com as armas é feita uma a uma. "Acreditamos que o governo de São Paulo e o governo federal estão empenhadíssimos na compra desse microscópio", disse Negrini. O equipamento já é usado nos EUA. O presidente da Associação Brasileira de Criminalística, Alberi Espíndola, disse que o instituto criminalístico de São Paulo é o mais bem equipado do Brasil, apesar dos problemas na apuração do massacre do Carandiru. "Os institutos estão sucateados. Hoje, 50% dos crimes e delitos não sofrem perícia. Com os outros 50%, a perícia é deficiente", afirmou Espíndola. Texto Anterior: Três morrem e dois ficam feridos em acidente na avenida Rebouças Próximo Texto: Prefeitura quer proibir fumo em bancos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |