São Paulo, sexta-feira, 3 de novembro de 1995 |
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Ford investirá US$ 1,4 bi no Brasil
GILBERTO DIMENSTEIN
A exemplo da imensa maioria dos investidores estrangeiros, ele teme a instabilidade das regras do jogo. "O governo terá de agir na economia com mão forte, estável e consistente, sem surpresas repentinas." Apesar dessas dificuldades, a Ford, segundo Trotman expôs ao receber o título de "Homem do Ano, anteontem à noite, em Nova York, vai investir até o final do milênio US$ 1,4 bilhões no Brasil, transformando-o no terceiro centro produtor de automóveis da companhia em todo o mundo. Desse total, US$ 800 milhões vão ser investidos já nos dois próximos anos, o que viabilizaria a produção do Fiesta. Trotman informou que, para ganhar mais mercados, todas as operações da empresa serão internacionalmente unificadas e geridas por uma única entidade. O discurso de Trotman reflete o pensamento dos investidores estrangeiros interessados no Brasil -o que era visível nas conversas durante a premiação do "Homem do Ano, quando se homenageou, além do presidente da Ford, José Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim. Essa visão explica o crescente interesse pelo Brasil. Compareceram ontem a um seminário sobre a economia brasileira na Faculdade de Chicago 180 pessoas; aguardavam-se não mais do que 50. Há, porém, uma desconfiança generalizada de que a América Latina -e o Brasil não seria exceção- sofreria tentações populistas. "Em essência, os investidores vêem a América Latina como uma coisa só", acredita Francisco Gros, ex-presidente do Banco Central, hoje no Morgan Stanley. Nos relatórios de empresas de consultoria é, frequentemente, apontada a dificuldade com que o governo obtém apoio no Congresso. Daí, uma das mais importantes discussões entre os investidores é saber o destino de FHC. O debate sobre reeleição presidencial é acompanhado com detalhes. No jantar, anteontem, o presidente do Senado, José Sarney, e o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, se mostraram favoráveis à tese. Texto Anterior: Ribeirão tenta atrair Renault Próximo Texto: BID aponta crescimento menor na AL Índice |
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