São Paulo, sexta-feira, 3 de novembro de 1995
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Reservas mexicanas mostram recuperação

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

O FMI (Fundo Monetário Internacional) colocou à disposição do governo mexicano US$ 1,7 bilhão, que deverá somar-se ainda neste mês às reservas internacionais do Banco do México. O dinheiro faz parte de um empréstimo de US$ 17,5 bilhões acordado em janeiro.
Além disso, hoje chegam ao México os US$ 700 milhões resultantes da emissão de títulos públicos realizada no começo de outubro, na Alemanha.
Com isso, as reservas devem subir de US$ 13,6 bilhões para US$ 16 bilhões nas próximas semanas, o que corresponde a um aumento de 17,6%.
"O fortalecimento das reservas dará maior estabilidade ao peso", disse, em entrevista, o diretor de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Alejandro Valenzuela.
O Ministério da Fazenda destacou, ainda, que o México renegociou para o próximo ano o pagamento de US$ 1,3 bilhão que deveria ter feito aos Estados Unidos em outubro.
"Portanto, a liquidez e a capacidade de pagamento do governo estão garantidas", informou a instituição em comunicado.
Segundo Valenzuela, o calendário de vencimentos da dívida pública para o próximo ano é bem mais folgado que o de 95. Neste ano, o México teve que pagar US$ 41,4 bilhões em títulos de curto prazo. Em 96, essa cifra diminuirá para US$ 8,9 bilhões.
Poupança
A reforma do IMSS (Instituto Mexicano de Seguro Social) visa fomentar o aumento da poupança interna do México, disseram ontem os líderes empresariais que elaboraram a proposta em conjunto com o Congresso do Trabalho (maior central sindical do país).
A falta de poupança interna foi classificada pelo atual governo como principal causa da crise iniciada em dezembro, já que obrigou o país a sustentar seu crescimento sobre recursos externos.
A reforma pretende também dar ao IMSS maior capacidade de gerar empregos e proteger as contribuições previdenciárias dos efeitos da inflação e das desvalorizações, destaca o documento.
Aprovadas as medidas, a administração dos fundos de pensão passará para o setor privado e cada trabalhador terá o direito de escolher a empresa que manejará seus recursos.
O projeto prevê, ainda, a demissão de funcionários de confiança do IMSS e um maior aporte de recursos fiscais. Ele será enviado ao Congresso nos próximos dias, segundo informou o presidente Ernesto Zedillo.

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