São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Privatização da Renault demora por causa da retração do mercado

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

Mercado de automóveis em baixa e ações em queda emperraram a privatização da Renault, a maior fabricante francesa de automóveis.
Mesmo com a volta dos incentivos e descontos na compra de carros novos, patrocinados pelo governo e pelo empresariado, a venda de automóveis na França caiu 20% de setembro para outubro.
As ações da Renault, das quais 53% ainda estão nas mãos do Estado, foram colocadas na Bolsa de Paris em novembro de 1994.
Desde então, o valor desses papéis têm flutuado entre 10% e 20% abaixo do seu preço de estréia na Bolsa.
Especuladores têm empurrado o preço das ações para abaixo desde que foi anunciada a segunda fase da privatização da empresa, em meados deste ano.
Todo o mercado de ações francês vai mal, e não tem como absorver o volume de privatizações programado pelo governo
A Bolsa de Paris é a mais fraca do G-7 (grupo que reúne os sete países mais industrializados). Nos últimos dois anos, cresceu 20 vezes menos do que a de Nova York, 18 vezes menos do que a de Frankfurt, 11 vezes menos do que a de Londres e três vezes e meia menos do que a de Tóquio.
Desde maio, a Bolsa de Paris caiu 8%, contra um crescimento entre 8% e 12% nas principais praças dos países do G-7.
Diminuiu em 7% o número de pequenos investidores (importantes na França, são 5,4 milhões) em relação a 1994. O número de investidores com ações de empresas privatizadas em seu portfólio caiu 17,4% no mesmo período.
Em agosto, uma das maiores administradoras de investimento do mundo, a americana Merril Lynch, colocou Paris como a última opção para a carteira de seus maiores clientes.
O balanço das vendas de carros previsto para este ano também empurra a cotação da empresa para baixo -Renault e Peugeot-Citro‰n devem vender 1,7% menos do que em 1994.
As perspectivas no mercado externo só agora começam a melhorar para as duas maiores montadoras do país.
A Peugeot vendeu 4.600 carros em 95 ao Japão, contra 3.300 no ano passado.
A Renault voltou ao Japão em 94. Pretende vender 1.500 carros neste ano, contra 133 em 94.

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