São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Doméstica considera aumento "absurdo"

Recebendo R$ 130, reajuste é de 42%

DA REPORTAGEM LOCAL

A empregada doméstica aposentada Thereza Jesus Garcia, 69, vai passar a gastar, depois do reajuste das tarifas anunciado ontem, quase 5% de sua renda mensal -atualmente em R$ 130,00- em energia elétrica.
E isso porque Thereza Garcia, viúva há quatro meses e morando apenas com mais uma pessoa, seu neto, está entre aqueles que menos consomem energia.
Ontem, por exemplo, ela pagou R$ 3,93, pelo consumo de 89 kilowatts/hora, referentes ao mês de outubro.
Moradora da Vila Espanhola (zona norte de São Paulo), com o reajuste de 42% que recai sobre sua faixa de consumo, ela pagaria hoje R$ 5,58.
Ao saber do aumento, Thereza classificou de "absurdo" o fato de o índice de reajuste das tarifas ser maior justamente para as faixas de menor consumo.
"É a mesma coisa que fizeram com o IPVA, as pessoas com menos dinheiro acabam pagando mais", afirmou.
Os R$ 130,00 que Thereza recebe mensalmente -fruto da aposentadoria de seu marido como vendedor autônomo- não são suficientes para cobrir suas despesas.
"Se não fosse a ajuda de meus dois filhos, não daria para viver. Só em um dos remédios que preciso tomar, gasto todo mês R$ 20,00", disse Thereza.
Nas últimas eleições presidenciais, ela não votou em FHC por não ter título de eleitor, mas torceu por ele.
Sobre o governo de Fernando Henrique, ela -que afirma "não conhecer muito de política"- diz não ter visto, até agora, "nada de bom".

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