São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Moda americana abandona "chic-ismo" conservador

COSTANZA PASCOLATO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

As coleções americanas de primavera-verão estão recebendo o maior número de público especializado desde a criação do "7th on Six Fashion Shows", há três anos. O evento acontece nas tendas do Bryant Park, situadas atrás da biblioteca nacional.
É o momento da moda americana. Mais clean, baseada no sportswear, ela é também mais comercial. Hoje o público parece não querer mais vestir modelões. O auge da sofisticação fica por conta da simplicidade.
Entretanto, esta simplicidade tem códigos. Para a próxima estação a moda abandona um pouco o chic-ismo quase conservador à la Audrey Hepburn e Jackie Kennedy, para encarar uma linearida de mais solta baseada num estilo brechó (nem tão chic) dos anos 60/70. Em resumo: quem mais uma vez serviu de modelo foi a marca italiana Prada.

A silhueta básica é estreita, as saias são de linha evasé e na maioria tem comprimento pelo joelho. Saias longas chegam aos tornozelos e são pareô, bem reto.
Uma espécie de saia envelope, bem comprida, e sempre em tecidos finos. As calças continuam retas e até justas, sempre de cós baixo ou anatômicos. Na Europa algumas grifes (como Gucci) ousa ram as boca de sino.
Aqui, os prudentes americanos fazem uma perna de calça ligeiramente mais larga na barra, chamada "boot bottom". Os ombros andam mais estreitos. As marcas mais modernas fazem o novo "ombro espremido".
É engraçado, repuxa as costuras. É um ombro anos 70 vestindo corpos dos 90, trabalhados pelo exercício.
A camiseta pólo estreitinha (com gola maior) está em todas, assim como a camisa (também justinha).
Influência da moda italiana (desfilada em outubro em Milão) o vestido chemisier e a sahariana estão em alta. Vestidos de linha trapézio (com a cintura marcada mais alta) são sem mangas ou de mangas 3/4. Muitos os paletós de mangas 3/4. Quase sempre abertos, mostram tops e shorts que deixam o umbigo à mostra. Modernos são os mantôzinhos (quase blazer alongados) em tecidos finos usados sobre saias e shorts mais curtos. Os tops são retangulares e curtos.
Cores: muitos pastéis claros ou acidulados e cores quase fluorescentes. O branco aparece mais do que o preto. As cores "in" são o novo "azul prada" ferrugem, lilás e verde-pistache e laranja. Estampas: Voltaram. Estão em toda parte. A maioria geométricas: muitas listras bicolores ou multicoloridas, muitos xadrezes tipo tipo madras florais de distribuição geométrica, um jeitão 60 no ar.
Tecidos: muitas malhas leves (opacas e brilhantes), muita seda Shantung ou de aspecto rígido e brilhante (outra influência Prada) muitos tecidos stretch. Os americanos usaram menos renda do que os europeus. Gostam mais do bordado inglês.

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