São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995 |
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Bancos podem cair de 246 para 70
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
As conclusões são de estudo preparado pelo Banco Patrimônio, associado à Salomon Brothers. José Eduardo Martins, diretor-executivo de Corporate Finance do Patrimônio, diz que "o importante não é o número em si. O importante é a tendência de queda do número de instituições". O declínio será apenas o resultado de um processo de reorganização do setor, impulsionado por um novo cenário na economia, que implicará, entre outros processos, fusões (associação de dois ou mais instituições) e incorporações (uma instituição compra a outra). O governo preparou medida provisória para facilitar o processo. O fato é que mudou o cenário. Sai de campo, ou espera-se que saia de forma definitiva, a superinflação, e entra a estabilidade. O novo mercado vai exigir instituições mais capitalizadas e uma política de ganho de escala. Ou seja, vender o mesmo produto para um número maior de pessoas -barateando o custo e aumentando o lucro. Ganhar escala não significa aumentar o número de agências. "Fechar uma agência de 30 funcionários custa US$ 200 mil. Abrir uma nova custa bem mais", diz. Ele lembra que a tendência mundial é a de redução do número de agências e de aumento do investimento em informática. "A agência do futuro não tem funcionário, tem máquina. Hoje tem banco pagando para que o cliente não vá à agência, fique em casa." É nesse cenário de novas exigências que se desenha um processo de fusões e aquisições (forma clássica de ganho de escala), com os bancos voltando-se mais para o crédito, para o mercado de capitais e para gestão dos fundos de investimento e do patrimônio. "Isso (a reorganização do sistema) não vai dar um problema de saúde do sistema, de quebradeira. Com a estabilidade, o sistema vai 'desinchar' e realocar recursos humanos. Alguns serviços vão crescer muito", diz o ex-presidente do Banco Central Ibrahim Eris. Ele chama a atenção para o fato de que a queda da inflação reduziu a margem de lucro "em diversos segmentos da economia, não só no setor financeiro". Assim, essas transformações não se restringem aos bancos. Martins cita dois setores em que esse processo é visível: varejo e autopeças. "Em ambos, a necessidade de ganhar escala é também fundamental." LEIA MAIS sobre fusões de bancos nas págs. 2-3, 2-4 e 2-10 Próximo Texto: Citi inaugura agência no centro paulistano Índice |
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