São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Exposição faz análise do mobiliário popular

Pesquisa aponta improvisação e baixa qualidade

MAURO TEIXEIRA
EDITOR DE IMÓVEIS

O mobiliário popular é, acima de tudo, inadequado. Fabricado em dimensão geralmente acima da desejada para pequenos espaços e com baixa qualidade, o móvel destinado às camadas de menor renda se caracteriza pela improvisação.
Essa é uma das conclusões a que chegaram alunos do primeiro ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), ao analisarem o mercado do móvel popular.
O resultado desse trabalho pode ser visto até o dia 23 de novembro no Museu da FAU, na exposição "Universo do Mobiliário Popular", aberta no último dia 30.
Sob a coordenação da professora Ermínia Maricato, os estudantes visitaram favelas, cortiços, conjuntos habitacionais, indústrias de móveis e lojas.
Puderam ver, por exemplo, que as fábricas de mobiliário popular, mesmo as grandes, não se preocupam em projetar objetos adequados aos pequenos espaços de favelas e cortiços. Baseados no que constataram, os alunos criaram propostas de mobiliário e de decoração para os locais visitados.
O projeto feito para um apartamento de 36 m2 na Cohab da Raposo Tavares (zona oeste), por exemplo, busca inspiração na experiência japonesa de lidar com pequenos espaços (à direita).
As paredes dos quartos foram trocadas por portas de correr, o que permite ampliar bastante a sala quando um dos dormitórios não estiver sendo utilizado.
Os quartos são forrados com tatame (esteira feita de palha usada pelos japoneses para cobrir o chão) e as camas foram substituídas pelo futon (colchão), que pode ser dobrado e guardado.
Um balcão, que também serve de mesa, liga a cozinha à sala. Após as refeições, os bancos são forrados com almofadas e se transformam em sofás.

Universo do Mobiliário Popular - De 30/10 a 23/11, no Museu da FAU-USP, rua do Lago, 876, Cidade Universitária, tel.: (011) 818-4801

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