São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Militante judeu é preso como suspeito

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O premiê israelense Yitzhak Rabin foi assassinado por um estudante direito que se opunha ao acordo de paz entre Israel e os palestinos. Yigal Amir, da Univerdade Bar Han, confessou ter atirado no premiê por ter recebido ordem de Deus para fazê-lo.
Amir foi preso no local do crime. O porta-voz do governo israelense Uri Dromi disse que “uma organização judaica que é antigovernamental e contrária aos processos de paz se responsabilizou" pelo atentado. Segundo a TV israelense ele é ligado ao grupo Eyal.
“O governo de Israel anuncia com espanto e profundo sofrimento a morte do primeiro-ministro Yitzhak Rabin que foi morto por um assassino nesta noite”, disse o porta-voz de Rabin Eytan Haber, anunciando oficialmente a morte no hospital Ichilov.
Logo depois começou uma reunião de emergência do gabinete do governo. O chanceler Shimon Peres vai governar Israel interinamente.
“Esse encontro deveria estar sendo transmitido para o público israelense, para os judeus de todo o mundo e para outros países para mostrar que a população de Israel quer a paz e apóia a paz”, disse Rabin em seu discurso, minutos antes de ser morto.
“Rabin desceu em direção a seu carro, de repente houve quatro ou cinco tiros. Eu o vi caindo”, disse Noam Kedem, uma testemunha do atentado.
O assassinato de Yitzhak Rabin foi condenado pelas comunidades israelenses e palestinas no Brasil.
“Foi realmente uma tragédia”, disse Muse Amir Odih, chefe da Delegacão Especial Palestina em Brasília.
Para ele, este atentado não irá interromper o processo de paz no Oriente Médio. “Shimon Peres (chanceler) se dedica à paz “.
“É possível encontrar esse tipo de gente em ambos os lados”, disse Odih, referindo-se ao israelense Yigal Amir que disparou contra Rabin.
A opinião é compartilhada pelo rabino Henry Sobel, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista.
O rabino se mostrou preocupado com o futuro do processo de paz. “Temo que a oposição a longo prazo convença os israelenses de que os riscos de um acordo com os palestinos, sejam maiores que os resultados”.

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