São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Hollywood mexeu na ferida

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DE CINEMA

Quase todo o Vietnã -setor América- encontra-se no filme inaugural e pouco conhecido de Elia Kazan, "Os Visitantes" (71).
Existem ali o veterano de guerra, ainda carregando as dores dos combates, e seus companheiros, que aparecem depois de dois anos de prisão (por violarem uma vietnamita). Muitos amargos regressos já estão enunciados.
Encontra-se ali, sobretudo, a angústia. Os EUA evitariam o tema, e mesmo quando Francis F. Coppola fez "Apocalypse Now" (79), digamos que passou um tanto ao largo dele.
Michael Cimino foi quem tratou de virar o jogo, quando a crise de consciência nos EUA estava no apogeu: "O Franco-Atirador" (78) foi um modo de dizer que os norte-vietnamitas não eram santos e, apesar da derrota, era preciso tocar o bonde.
No setor ex-combatentes, o testemunho mais significativo é o de Oliver Stone, em "Platoon" (86). No setor dos subestimados, há o primeiro "Rambo" (82), abordagem popular da marginalização dos que voltavam do fronte.
Stanley Kubrick voltou ao assunto com mais frieza, em "Nascido para Matar" (87). Agora, o centro era a crítica ao militarismo à mania disciplinar.

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