São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995 |
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Estrela demite mais 350 funcionários, mas nega que vai fechar fábrica
MÁRCIA DE CHIARA
Desde a última quarta-feira, a empresa já despediu 600 empregados que trabalhavam na linha de produção e na área administrativa. Rafael Rodrigues Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Brinquedos do Estado de São Paulo, diz que foi informado pela diretoria da empresa que a meta é virar o ano com apenas 250 funcionários. Antes do corte na semana passada, a unidade de São Paulo empregava 1.250 operários, de acordo com o sindicato. Nas contas da empresa, porém, a companhia tinha 1.700 trabalhadores. Carlos Tilkian, presidente da Estrela, confirma as duas rodadas de demissões -a de quarta-feira e a de ontem-, mas nega que a companhia pretenda reduzir ainda mais o número de funcionários. "Não é verdade que fechamos a fábrica de São Paulo", diz Tilkian. Ele nega também que a companhia esteja planejando transferir totalmente a produção para a Zona Franca de Manaus (AM), região isenta de impostos. Desde 1993, a empresa tem uma unidade em Manaus, onde são montados autoramas e brinquedos da linha Play Mobil, entre outros. As demissões, segundo Tilkian, fazem parte da reestruturação da linha de produção em minifábricas que devem reduzir os custos dos brinquedos entre 20% e 25%. A reestruturação já estava nos planos da empresa. Mas foi apressada para enfrentar a concorrência dos brinquedos importados e não por que a companhia tenha acumulado estoques indesejáveis nos últimos meses, diz Tilkian. Segundo a Abrinq, que reúne a indústria de brinquedos, as vendas do Dia da Criança de 95 ficaram 10% abaixo das do ano passado. Em 94, a empresa faturou US$ 220 milhões. A expectativa é de fechar 95 com US$ 200 milhões. Minifábricas Dentro do processo de minifábrica, iniciado em junho e concluído na última quarta-feira, cada brinquedo é produzido em uma célula que aglutina em um único local todas as fases de fabricação. Com isso, a empresa reduz mão-de-obra, capital de giro e enxuga os estoques de matéria-prima e de produto acabado, diz Tilkian. O atual depósito da empresa, que ocupa um galpão alugado em Mauá (SP), vai ser desativado e transferido para a fábrica de São Paulo no mês que vem. É que as três minifábricas que produzem bolas e bonecas vão ocupar apenas 10 mil metros quadrados, um quarto da área atual da fábrica de São Paulo. Texto Anterior: Micros acham difícil pagar o 13º Próximo Texto: Metalúrgicos da Força Sindical fazem greve hoje em cinco setores Índice |
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