São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Ponto para o Miami

FÁBIO SORMANI

À primeira vista, me pareceu um negócio melhor para o Charlotte Hornets do que para o Miami.
Depois, analisando mais detidamente, penso que o Miami fez um "negocião" ao trocar Glen Rice por Alonzo Mourning.
Tudo bem. Você pode argumentar dizendo que o Miami Heat ainda cedeu o armador Khalid Reeves (segundo ano de liga), com um futuro promissor.
Na temporada passada, no entanto, Khalid nada fez para que se justificasse tanta expectativa. Nos treinamentos do verão norte-americano passado, decepcionou o técnico Pat Riley.
Ah, teve o primeiro "draft" do Miami Heat para o Charlotte Hornets na próxima temporada.
Não tem problema, o Miami não precisa de novatos, mas, sim, de jogadores experientes, que estão acostumados com o jogo.
E é por isso que eu penso que o time da Flórida fez um tremendo negócio.
Alonzo é jogador de seleção -foi campeão com o "Dream Team" número dois, no Mundial do Canadá, no ano passado-, está acostumado com decisões e não tem medo de cara feia.
Era esse tipo de jogador, aliás, que Pat Riley estava procurando para dar feição ao time.
Quanto a Glen Rice, não se discute, é um ótimo jogador.
Mas penso que ele não tem a química necessária para fazer de qualquer time um time de ponta. Jamais conseguiu dar ao Miami o respeito dos adversários.
Quando a tabela apontava jogo contra o Heat, o adversário, naturalmente, já computava vitória.
É disso que falo.
O inverso acontecia com o Charlotte: quando a tabela marcava um jogo diante dos Hornets, o treinador perdia uma noite de sono pensando em como marcar Alonzo e não se deixar marcar por ele.
Quanto às funções dos dois em quadra, se o Miami perdeu seu poder de fogo nos arremessos mortais de Glen Rice, ganhou, e muito, dentro do garrafão, debaixo da tabela. Lá é residência de Alonzo e só entra quem ele autorizar.
Evitando os pontos do adversário e de posse de bola, o time pode se organizar em rápidos contra-ataques e definir o jogo.
Foi assim na partida inaugural do Miami na NBA, no sábado, na Flórida, diante do Cleveland Cavaliers, na vitória por 85 a 71.
Os Cavs, coitadinhos, tiveram um aproveitamento nos arremessos de apenas 38%, bem abaixo do normal. Por quê?
Oras, bolas. Precisa perguntar?

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