São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Carreira requer talento e coragem

DA REPORTAGEM LOCAL

Habilidade e talento são fundamentais para o artista plástico. Até para passar no vestibular.
As três universidades estaduais paulistas têm provas de aptidão para a carreira.
Na USP (Universidade de São Paulo), a prova tem duas etapas: a teórica (com questões sobre história da arte) e a prática (desenhos de memória, observação, criação e geométrico).
A prova da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) tem questões dissertativas sobre história da arte, desenho e expressão gráfica e uma entrevista. Em ambas as universidades, a prova elimina quem não acerta 50%.
A Unesp (Universidade Estadual Paulista) divide sua prova em composição plástica (trabalho sobre um tema dado) e desenho de observação de um objeto.
No ano passado foi usada uma caixa de fósforos. É preciso obter, pelo menos, 30% dos pontos.
As dificuldades não terminam com a graduação. Formada desde 1989, Márcia Xavier, 28 anos, ainda não consegue sobreviver exclusivamente do trabalho artístico.
"Trabalho de manhã com venda de roupas. Só à tarde é que me dedico ao ateliê", diz. Márcia trabalha com esculturas e fotografias.
Mas é possível viver de arte. Luiz Paulo Baravelli, 53, vende quadros de 1 m2 por US$ 7.000.
Para quem está começando agora, ele avisa: "É uma profissão para quem tem estômago. A coragem é pré-requisito. Muitos se assustam com a liberdade."
Segundo o vice-diretor da Associação Paulista de Belas Artes, João Aparecido de Godoy, apenas 10% dos artistas conseguem reconhecimento. "Muitos passam a vida tentando."
Belas Artes
A Faculdade de Belas Artes de São Paulo aceita inscrições até sábado. O endereço é r. Dr. Álvaro Alvim, 76, São Paulo, tel. (011) 575-6901. O manual é gratuito. A taxa de inscrição é R$ 80.
Os documentos necessários são cópia autenticada da carteira de identidade, duas fotos 2x2 e comprovante de pagamento da taxa. Entre os cursos, estão arquitetura, artes plásticas e desenho industrial.

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