São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995 |
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Yara Bernette comemora 75 anos com apresentação em São Paulo
WILLIAM LI
Ser fôssemos classsificar as gerações de pianistas e tendências interpretativas da metade deste século, poderíamos talvez contar quatro: a de Arrau, Brailowsky e Rubinstein; a de Kempf e Ingrid Haebler, a brilhante geração de Pollini, Martha Argerich, Gilels, Bishop e finalmente a dos jovens atuais, com notáveis expoentes como Cristina Ortiz e Ivo Pogorelich. Horowitz paira acima de todos, com seu estilo único. Yara Bernette se declara seguidora de Arrau e Rubinstein, filiando-se assim à escola germânica de interpretação pianística.Ela se caracteriza pela fidelidade à partitura e precisão, mas há nuances. Yara pode ser definida como uma das maiores representantes da escola germânica de interpretação pianística. O Beethoven e o Chopin de Rubinstein são eternos, mas há quem não suporte o excesso de brilho de Brailowsky ou a opacidade de Arrau. Além disso, nota-se nesta geração uma certa frieza, uma fidelidade muito ao pé da letra e alguns pedais a mais para embaralhar as passagens mais difíceis. Comparando aquela geração com a que estamos acostumados a ouvir, poderíamos dizer que a geração posterior, de Stephen Bishop, Pollini, Argerich e outros os supera pela vitalidade. Yara interpretará os favoritos da escola de Rubinstein: sonatas de Beethoven, algumas peças de Chopin e o "Carnaval op. 9" de Schumann. A pianista fez questão de comemorar seus 75 anos aqui e acaba de lançar um CD somente com peças curtas de "bis". Recital: Yara Bernette Onde: Teatro Arthur Rubinstein (rua Hungria, 1.000., tel. 011/818-8888) Quanto: de R$ 12 a R$ 25 Texto Anterior: Sedução e desejo entram em cena em SP Índice |
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