São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995 |
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Militar admite elo com bomba na Argentina
DENISE CHRISPIM MARIN
A explosão de um carro-bomba na sede da Amia, em 18 de julho de 1994, provocou a morte de cerca de cem pessoas e deixou pelo menos 300 feridas. Pedro Ricardo Fonseca, 35, sargento da reserva, foi ouvido anteontem à noite pelo juiz federal Juan José Galeano e por agentes do Side (Serviço de Inteligência do Estado), em Buenos Aires. O juiz determinou que ele seja mantido sob custódia. Fonseca confessou que conduziu um veículo que serviu de apoio à camionete Traffic usada como carro-bomba no atentado. Ele disse ter recebido US$ 100 mil pelo serviço. O dinheiro seria para ele sair do país, como fez, fugindo para o Brasil e para o Chile. Também afirmou que é ex-carapintada -o grupo que se revoltou contra o governo em 1987 e 1988. O ex-militar se apresentou ao Juizado Federal de Comodoro Rivadávia (1.850 km ao sul de Buenos Aires), na Província de Chubut, na última segunda-feira. Ele afirmou que sua vida corria riscos. Segundo o jornal "Cronica", de Comodoro Rivadávia, Fonseca decidiu se entregar por ter medo de ser assassinado. O ex-militar teria dito que a recente descoberta do envolvimento da polícia no atentado também o levou a se entregar. O juiz Galeano, no entanto, disse que ele depôs como testemunha e não como suspeito. Segundo ele, não havia nenhum indício de que Fonseca tivesse guiado o carro. Galeano disse que não decidiu ainda o que vai fazer com ele. O único acusado pelo atentado é Carlos Telleldín, que teria fornecido a camionete usada na explosão. Texto Anterior: Mulher influiu na decisão Próximo Texto: EUA e Rússia fazem acordo sobre Bósnia Índice |
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