São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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Depoimentos comprometem PM, diz delegado

CRISPIM ALVES

De acordo com responsável por investigação, "história piora muito" com afirmações feitas por 6 dos 18 reféns
Da Reportagem Local
O delegado Roberto Julião, titular do 34º DP, que investiga a tentativa de assalto que terminou com quatro mortes no bairro do Morumbi, afirmou ontem à noite que os novos depoimentos de 6 dos 18 operários que foram mantidos como reféns por dois assaltantes "comprometem" os policiais militares que participaram do caso.
"Com estes depoimentos, a história piora muito", afirmou Julião. Segundo ele, os PMs que participaram da operação serão chamados novamente para depor. Isso deve acontecer após a conclusão dos laudos do IML e do Instituto de Criminalística.
Os operários ouvidos ontem confirmaram os primeiros depoimentos dados na delegacia, ou seja, de que não houve disparo de um tiro antes da invasão dos policiais do Gate no local do cativeiro. O Gate sustenta que entrou no barracão onde os reféns e os ladrões estavam após o disparo de um tiro que teria matado um refém.
Um tenente informou que apenas o Comando Geral da PM poderia comentar o assunto ou autorizar algum oficial a falar.
Julião afirmou ainda que nenhum dos seis operários ouvidos ontem confirmou que teria sido orientado por PMs sobre o que falar a respeito do caso.
A polícia ouviu ontem J.F.M., 17, um dos reféns e suspeito de ser o informante dos assaltantes Valtersa Fernandes de Moura e Francisco Fernandes de Freitas. J.F.M., é primo de Moura. Ele negou qualquer participação no caso.
Construtora
Marcelo Moraes, 30, um dos donos da construtora Mobel, responsável pela obra no Morumbi, afirmou ontem que a PM agiu de forma precipitada.
"Eles (policiais) poderiam ter esperado um pouco mais. Cedo ou tarde os assaltantes cederiam." Moraes passou o dia cuidando da liberação dos corpos dos operários.

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