São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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Plano de saúde provoca queda de secretário

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), dá posse na próxima segunda-feira ao quarto secretário da Saúde desde o início de sua gestão, em 1º de janeiro de 1993.
Getúlio Hanashiro, que não conseguiu implementar o PAS (Plano de Atendimento à Saúde), deixa o cargo.
Roberto Paulo Richter, titular da Secretaria do Planejamento, assume o posto na próxima segunda-feira. Richter vai acumular as duas pastas.
O PAS, transformado em lei pela Câmara dos Vereadores neste semestre, prevê a transferência dos hospitais e postos de saúde da prefeitura para o controle de cooperativas de médicos e funcionários licenciados da Secretaria da Saúde.
As cooperativas receberão R$ 10,00 por morador cadastrado. Esse pagamento será feito no início de cada mês.
No caso do SUS (Sistema Único de Saúde), os hospitais recebem só depois de prestarem atendimento ao paciente.
Para ser cadastrado em uma das cooperativas do PAS, a pessoa precisa comprovar residência em São Paulo. Quem não se cadastrar será atendido pelo SUS.
Richter disse que o primeiro convênio entre a prefeitura e uma cooperativa deve ser assinado antes do fim do ano.
Ele negou que a queda de Hanashiro tenha relação com o PAS. "O plano está em andamento. Vai modificar o sistema de saúde", disse Richter. "Qualquer comentário sobre o motivo da mudança é especulação."
A Folha antecipou, na edição de 6 de setembro, que Hanashiro cairia. Àquela altura, assessores de Maluf comentavam que o prefeito estava insatisfeito com o ritmo da implementação do PAS.
Comando informal
O médico José Knoplich foi contratado pela prefeitura para coordenar o PAS. Ele não era subordinado a Hanashiro e respondia diretamente a Richter, que já detinha o comando informal do PAS.
A Folha não localizou o secretário Getúlio Hanashiro em seu gabinete para comentar a sua saída do governo. Ele também não deu retorno a ligações da reportagem feitas para sua casa.

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