São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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MST decide intensificar invasões este ano para pressionar governo

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) decidiu intensificar as ocupações de terra até o início de dezembro, quando uma comissão de direitos humanos da Organização dos Estados Americanos virá ao Brasil.
A comissão vai visitar acampamentos e assentamentos. É uma espécie de "última cartada do ano" para forçar o governo Fernando Henrique Cardoso a assentar 40 mil famílias até 31 de dezembro, conforme promessa feita pelo próprio governo.
A ordem no MST é realizar ocupações "em todos os Estados onde houver condições".
A crise do Pontal do Paranapanema (SP) virou referência para o país. Ali, um acordo suspendeu as invasões do MST. O governo paulista fez cronograma para assentar 2.101 famílias em seis meses.
O MST agendou atos públicos em 11 Estados. Se FHC não cumprir a promessa, as ocupações voltam em fevereiro, até o limite em que não fragilizem Francisco Graziano, presidente do Incra.
Hoje, o inimigo número um do MST é o ministro da Agricultura, Andrade Vieira.
O tempo é a questão-chave para o MST. Há dez dias, 5.000 camponeses foram cadastrados em Imperatriz (MA). A CUT anunciou ontem apoio a invasões de terras no Vale do Paraíba.
Se FHC cumprir a promessa, o MST cobrará mais terras. FHC prometeu -segundo a entidade camponesa- assentar 280 mil famílias em seu governo.

Colaborou a Folha Vale

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