São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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BC confirma subsídio na fusão de bancos

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Instituições que se fundirem com bancos que tenham prejuízo poderão descontar 30% ao ano do Imposto de Renda devido a cada ano "até acabar todo o prejuízo".
Ao ser indagado se o Tesouro ficaria com o prejuízo, Loyola confirmou e disse: "Qual a alternativa? Se tiver, fazemos".
Ele disse que só terão direito a desconto de Imposto de Renda aquelas operações que tiverem "ágio". Ele explicou que ágio é quando um banco compra outro por um valor maior do que o patrimônio do banco adquirido.
Na semana que vem o BC vai deixar mais claro quais os pré-requisitos para entrar no Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). Loyola afirmou que o objetivo não é "salvar banqueiro incompetente".
"Não há contemplação com o banqueiro fracassado", disse Loyola, afirmando que só terá direito a entrar no Proer aqueles bancos que tiverem transferência do controle acionário ou que os controladores deixem o negócio.
Loyola disse que o objetivo do Proer é defender o depositante e, portanto, só poderão entrar no programa bancos de varejo, aqueles que têm rede de agências e um grande número de depositantes.
O presidente do BC, que participou de almoço da Câmara de Comércio Americana, no Rio, disse que os bancos só poderão recorrer ao Proer no caso de todo o capital social ter sido utilizado.
Isso significa que "o primeiro prejudicado é o acionista controlador, pois quem recorrer ao Proer não receberá nada".
Loyola negou haver crise no sistema bancário brasileiro. As medidas são "preventivas", disse ele, lembrando que, no caso do Econômico, o BC "foi criticado" por não tomar medidas preventivas.
Loyola disse que o Proer tem um custo financeiro para o governo e a questão é saber se "esse custo vale a pena ou não. A nossa convicção é que vale a pena".
Para justificar, Loyola disse que uma crise no sistema financeiro pode causar grandes prejuízos ao país. Ele citou a crise bancária do Chile, na década de 80, quando a perda foi de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. "Na Argentina, foi de 13%", disse.
"Comparado com outros países, o Brasil é um dos que têm menos problemas", disse.

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