São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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A renovação sem traumas e o otimismo no Pré-Olímpico

TELÊ SANTANA

O amistoso contra a seleção argentina, na última quarta-feira, foi um teste valioso para a seleção brasileira.
Enfim, não jogamos contra uma equipe qualquer, em mais uma daquelas partidas amistosas caça-níqueis.
Dessa vez, enfrentamos um adversário badalado, tradicional, que jogava em casa, com seus principais jogadores, como Balbo e Batistuta.
Mesmo com uma torcida fanática contra, lotando o estádio, vencemos com todos os éritos.
Os jogadores não tiveram medo da pressão dos argentinos.
Jogaram duro, sem serem desleais, como devem fazer em um jogo importante como esse.
Destaco a atuação do Juninho. Ele mostrou, mais uma vez, que realmente cresce quando joga na seleção brasileira.
O Amaral, que participou do lance do gol, e o Aldair, que há muito tempo vem jogando bem, também sobressaíram.
A vitória comprovou a qualidade de alguns de nossos jovens jogadores, que devem representar o Brasil na Olimpíada de Atlanta, em 1996.
O Brasil leva vantagem sobre todos os seus adversários, sejam da América do Sul ou da Europa, nesse aspecto.
Mesmo com a Argentina, onde o futebol é muito forte também, não há comparação.
Não param de surgir grandes revelações, que, aos poucos, vão conquistando seus espaços nos grandes times.
No São Paulo, isso pode ser comprovado. Depois de Bordon, Denílson, André, Caio, Gilmar, Pavão, entre outros, está surgindo Edmílson, outra revelação.
A renovação do futebol brasileiro é contínua, sem traumas.
Vendemos muitos jogadores, mas os substitutos sempre aparecem.
Nos outros países, é um drama encontrar jogadores jovens e talentosos.
Podemos formar uma grande equipe para a disputa do Pré-Olímpico, em fevereiro, na Argentina.
Também sou otimista quanto à preparação do Brasil para a próxima Copa do Mundo, em 98, na França.
O fato de não precisarmos passar pela eliminatórias, por termos sido campeões nos Estados Unidos, em 94, irá facilitar as coisas.
As eliminatórias são sempre uma guerra, ainda mais com o sistema "todos contra todos" sendo implementado.
Na preparação, precisamos apenas escolher os adversários e os locais certos para os jogos preparatórios.
Não vale a pena expor a seleção a amistosos inúteis, só pelos interesses econômicos dos dirigentes.

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