São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995
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Consumidor terá Natal da China

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumidor vai ter neste ano um Natal da China. É que o comércio está repleto de enfeites e artigos natalinos -especialmente chineses-, com preços para todos os bolsos.
Alguns lojistas importaram cinco vezes mais desses produtos neste ano, na comparação com 1994. E não se arrependeram.
O consumo, no geral, está menor. Mas as novidades da China para o Natal estão fazendo tanto sucesso, dizem, que há quem atribua a elas o grosso do dinheiro que entra hoje no caixa das lojas.
Há no comércio, por exemplo, adornos para árvores que saem por R$ 0,99 a unidade. Ou ainda um Papai Noel que custa R$ 540,00. Este é, geralmente, procurado pelos colecionadores.
Mesbla, Lojas Americanas e Mappin dobraram o volume de importação de artigos natalinos neste ano sobre 1994.
São árvores, bibelôs, bolas, enfeites, peças para presépios, velas, toalhas de mesa etc. As três lojas de departamento estão vendendo mais do que esperavam.
A Mesbla importou da China US$ 2 milhões em artigos de Natal. Neste mês, a venda está 30% acima do programado.
"É de espantar. Produtos natalinos são supérfluos, mas mesmo assim estão segurando as vendas", diz Zaíra Azeredo, gerente do departamento de presentes.
Ela conta que a importação foi programada para venda até o dia 10 de dezembro. "Mas sentimos que os produtos chineses vão acabar até o final deste mês."
A Lojas Americanas importou 500 mil peças de artigos natalinos -entre 70% e 80% da China. É outra que também está vendendo acima do esperado -10% mais.
"As novidades e os preços baixos estão fazendo o consumidor gastar", diz Frederico Luz, diretor de compras.
Segundo ele, a Americanas trouxe do exterior -da China e da Itália- 700 itens diferentes de produtos natalinos, pouco mais do que o dobro do ano passado.
"Temos enfeites de R$ 0,99 a R$ 13,90; minilâmpadas para árvores de R$ 1,90 a R$ 21,90; pratos, copos e toalhas de R$ 1,90 a R$ 7,90 etc.", diz.
O Mappin trouxe do exterior cerca de 1 milhão de produtos de Natal. Além da China, eles vieram da Argentina e do Uruguai. Sérgio Orciulo, diretor, informa que as vendas estão surpreendendo.
"A linha de artigos para Natal pode ser adquirida em até quatro vezes. Isso facilita a venda", diz.
O entusiasmo do consumidor pelos produtos natalinos também é detectado pelos diretores da Natalie, especializada na importação de presentes e enfeites de Natal.
Para abastecer suas 12 lojas, a empresa comprou lá fora volume cinco vezes maior do que o do ano passado. Ao todo, são 1.200 itens.
Além da China, os produtos vieram dos Estados Unidos, Canadá e Europa. Na Natalie, há Papai Noel de R$ 2,30 a R$ 540,00; velas de R$ 0,50 a R$ 8,00; árvores de Natal de R$ 15,00 a R$ 300,00.
"As vendas estão excelentes", diz Maurício Matalon, diretor. Ele conta que no último dia 8 a sua loja da rua Estados Unidos, nos Jardins, vendeu, por exemplo, dez vezes mais do que no dia 8 de novembro do ano passado.
Animado, ele e seus sócios pretendem abrir outras duas lojas para comercializar produtos típicos de Natal. "Vem aí o 13º salário. E mais: temos produtos para qualquer tipo de público."
A importadora Papai trouxe da China e da Itália o equivalente a US$ 150 mil em produtos de Natal. O diretor Edgar Khattar afirma já ter vendido praticamente tudo.
"O que salva o lojista neste final de ano é a venda de artigos natalinos", diz.
Os produtos de maior sucesso, de acordo com ele, são o Papai Noel eletrônico (R$ 110,00) e bibelôs de santos (entre R$ 3,00 e R$ 4,00).

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