São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995 |
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Ripley e Lili são heroínas de duas eras
INÁCIO ARAUJO
Sigourney Weaver, na pele de Ripley, continua a sobreviver. Desta vez dá com uma colônia penal intergalática. O monstro alienígena continua ágil, quase invisível, mas seu potencial destrutivo continua inalterado. Semeia pânico (entre os personagens e na platéia). Para os personagens -Ripley à parte- é novidade. Para a platéia, bem menos. O filme se deixa ver, embora não desenvolva nenhuma ligação íntima entre o humano e seus fantasmas. Os sustos são a base (nesse sentido, estamos próximos da série "Sexta-Feira, 13"), mas a produção é muito superior à dos filmes de horror. Lado oposto: o musical cor-de-rosa. "Lili" (CNT/Gazeta, 21h), de Charles Walters. Arthur Freed, o grande produtor dos musicais da MGM, está fora. O filme ressente-se disso. Ressente-se igualmente do sentimentalismo abundante que permeia a história da jovem Lili, órfã acolhida em um circo. Com seu jeito infanto-juvenil, a menina vai conquistando quem passa em seu caminho. A canção ajuda. E há Leslie Caron. A atriz tem carisma e simpatia suficientes para comover o espectador e consegue, numa tacada, ser meio desengonçada e bastante sedutora. Certa vez, numa entrevista, Caron disse que admirava o diretor Charles Walters. Seu defeito era aceitar certas imposições que lhe eram feitas sem maiores discussões. Defeito que o tirou da lista dos grandes cultores do musical. Sigourney Weaver encarna Ripley, mulher moderna, topa-tudo, em luta pela sobrevivência. Caron/Lili é uma mulher às antigas, do vestuário aos atos. Ambas são competentes ao criar as respectivas imagens. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Burton faz espião de primeira Índice |
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