São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995 |
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Consumidor rejeita anabolizante no boi
BRUNO BLECHER
Proibidos no país desde 1986, os anabolizantes são substâncias que aumentam a fixação, pelo organismo do boi, de nutrientes fornecidos pela alimentação e chegam a promover aumento de até 20% no peso do animal. A pesquisa, porém, constatou uma alta taxa de desconhecimento sobre o assunto entre a população -59% responderam não, quando questionados se já tinham ouvido falar ou poderiam dizer o que são os anabolizantes. Após serem esclarecidos sobre o tema pelo entrevistador (veja pergunta no quadro ao lado), 78% dos consumidores se manifestaram contrários ao uso de anabolizantes pelos pecuaristas. A taxa de rejeição aos hormônios no gado é bem maior (88%) entre os paulistanos com curso universitário e renda superior a 20 salários mínimos. Os dados da pesquisa também sugerem que a liberação dos promotores de crescimento poderia trazer prejuízos ao mercado de carne bovina. Mas boa parte dos entrevistados não parece disposta a abrir mão do churrasco, ainda que a carne seja proveniente de boi "anabolizado". Prova disto é que 20% disseram que comprariam carne mesmo assim e 24% responderam que talvez deixassem de comprá-la. A porcentagem dos que deixariam de comprar carne, caso soubessem que o boi foi tratado com hormônios, cresce entre os consumidores com curso superior (57%), renda familiar superior a 20 salários mínimos (52%) e idade acima de 46 anos (56%). A pesquisa também avaliou as principais preocupações do paulistano com relação à saúde de sua família. Nesse tema, os principais problemas apontados dizem respeito ao atendimento público médico-hospitalar, tratamento e prevenção de doenças (58%). Em seguida vem a alimentação, que preocupa 25% dos paulistanos. Mais as mulheres (30%), do que os homens (19%), escolheram a alimentação como a principal preocupação com a saúde. A pesquisa do Datafolha é um levantamento estatístico por amostragem probabilística. Foi realizada nos dias 3 e 4 de outubro últimos em sacolões, feiras livres e supermercados de São Paulo. Foram entrevistadas 438 pessoas. A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi. Próximo Texto: Quem ganha e quem perde com a liberação Índice |
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