São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995 |
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Empresas de melão adiam investimentos
JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
Maysa, Frunorte e Fazenda São João, responsáveis por 56,7% da produção nacional de 160 mil t, tinham programado investir R$ 22 milhões entre este ano e 96. Desistiram por causa da elevação das taxas, puxadas pelo governo para sustentar o Plano Real. A Maysa, líder na produção de melão, esperava investir US$ 15 milhões no projeto Canaã, uma área de 5.000 hectares (ha) de fruticultura irrigada no Ceará e no Rio Grande do Norte. "Adiamos o início do projeto para 96. Estamos tentando obter crédito barato no exterior", diz André Luiz Gadelha, diretor comercial da Maysa. No Brasil, segundo Gadelha, os juros reais para investimento no setor de frutas variam de 30% a 60% ao ano. A Maysa completou este ano um pacote de investimentos em torno de US$ 19,5 milhões, feitos desde 93 em irrigação, frota de caminhões e tratores, novos packing houses (barracões onde as frutas são embaladas) e câmaras frias para acerola e manga. A vice-líder Frunorte adiou um investimento de US$ 3 milhões. Segundo o presidente da empresa, Manoel Dantas Barreto Filho, o dinheiro seria empregado na melhoria do packing house, ampliação de câmaras frias e expansão de 20% sobre área de 900 ha em Assu (novo nome da cidade). O presidente da Frunorte afirma que a falta de dinheiro mais barato nos bancos inibe, também, investimentos no plantio de novas variedades de melão. "A produção de melão no Brasil é pouco diversificada. Precisamos investir em novas variedades, a fim de não perdermos mercado". A Fazenda São João esperava investir R$ 4 milhões até o próximo ano, de acordo com Pedro Cox, gerente geral da empresa. Outros R$ 3 milhões seriam investidos no plantio de acerola, manga e uva. Texto Anterior: Chuvas em SP recuperam reservas hídricas nos solos Próximo Texto: Produção da Fazenda São João cai 35% Índice |
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