São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juíza atua em processo no qual é parte

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A juíza Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo, da 9ª Vara de Fazenda Pública do Rio, deixou ontem o processo em que deu despachos mesmo sendo parte.
Segundo ela, os despachos foram "de mero expediente". Maria Augusta diz também que os tornou "sem efeito", tendo em vista "a repercussão e distorção dos fatos". Ela transferiu o processo para a 10ª Vara de Fazenda Pública.
Antes de se tornar juíza, Maria Augusta foi promotora. Nessa condição, conseguiu em 92, com mais 80 promotores e procuradores do Estado, que o Supremo Tribunal Federal a equiparasse salarialmente aos procuradores e promotores do antigo Estado da Guanabara. Ela foi concursada na primeira prova do novo Estado do Rio.
A juíza começou a trabalhar no processo em julho, a pedido da desembargadora Maria Stella Rodrigues, vice-presidente do Tribunal de Justiça. Maria Stella detectou falhas processuais que impediam o pagamento determinado pelo STF.
A desembargadora determinou à juíza Maria Augusta que corrigisse o processo. "Ela a rigor tinha de mandar (o processo) para o juiz tabelar (o juiz da Vara seguinte, a 10ª, no caso)", disse Maria Stella.
No entanto, ela não vê dolo na atitude da juíza, pois os despachos teriam atrasado o processo.
Maria Augusta diz que o processo ficou três anos parado na 9ª Vara. Diz desconhecer as razões, pois não respondia pela Vara.
A juíza disse ainda que seu nome constava da capa do processo como juíza e ré por "engano" de um funcionário do cartório. O nome do antigo juiz, Maurício Gonçalves de Oliveira, já constava ontem da capa do processo em cima de um corretor de texto que apagava o nome de Maria Augusta.
Maria Augusta foi autora do processo de equiparação e ré na ação em que a Procuradoria pediu revisão do valor a ser pago.

Texto Anterior: Sem-terra protestam no PR e no RS
Próximo Texto: ETs podem evitar humanos, diz astrônomo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.