São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995
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EUA devem parar máquina estatal hoje

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O governo dos EUA preparava na noite de ontem seu fechamento parcial a partir de hoje enquanto líderes parlamentares negociavam possível acordo sobre o orçamento federal que pudesse evitá-lo.
O Congresso tinha previsto permanecer em sessão até meia-noite (3h de hoje em Brasília), quando se esgotaria o prazo autorizado para o governo funcionar de maneira provisória sem orçamento.
Em caso de paralisação, 800 mil dos 2,1 milhões de funcionários públicos federais serão mandados de volta para casa hoje e todos os serviços não essenciais do governo paralisados.
O presidente Bill Clinton vetou duas leis aprovadas pelo Congresso, controlado pela oposição, que permitiriam a prorrogação do funcionamento provisório do governo até meados de dezembro.
O secretário do Tesouro, Robert Rubin, tomou as medidas necessárias para o governo poder fazer dois pagamentos de juros de sua dívida, que vencem amanhã e quinta-feira.
O recurso utilizado foi sacar de fundos de pensão do governo. A dívida pública do governo federal norte-americano é de U$ 4,9 trilhões. Os pagamentos que vencem esta semana são do valor de U$ 102 bilhões.
Pronunciamento
Clinton manteve em pronunciamentos públicos ontem sua disposição de fechar o governo para não fazer as concessões exigidas pela oposição.
Entre elas: cortes em benefícios da previdência, diminuição de impostos, estabelecimento de orçamentos federais de sete anos, imposição do limite do ano 2.002 para pôr fim ao déficit público.
Os dois principais líderes da oposição, senador Bob Dole e deputado Newt Gingrich, insistiam em discutir o assunto com Clinton. A Casa Branca designou o chefe da Casa Civil, Leon Panetta, como seu negociador.
Dole e Gingrich aceitaram conversar com Panetta, sob a condição de que líderes parlamentares do partido do governo, o Democrata, não estivesse presentes. A Casa Branca rejeitou essa condição.
O recurso de fechar o governo em confrontos sobre o orçamento foi utilizado várias vezes pelo presidente Ronald Reagan, com grande aprovação pública e excelentes resultados políticos.

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