São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prisão da cidade é invadida

OTÁVIO DIAS
DO ENVIADO ESPECIAL

Ontem de manhã, menos de duas horas depois de Jenin receber autonomia e passar para controle palestino, centenas de pessoas invadiram a prisão utilizada durante anos pelas autoridades israelenses.
Por mais que os policiais palestinos tentassem, foi impossível controlar a invasão. Não havia nenhum preso quando a prisão foi entregue à administração palestina.
As celas, com cerca de 20 m, um pequeno banheiro e quatro beliches de ferro, estavam limpas.
"Os soldados israelenses pintaram as paredes para apagar as mensagens dos presos, disse o arquiteto Mahd Zavarneh, 28, que teve um irmão detido no local.
Muitas das pessoas que visitavam a prisão disseram ter estado ali. Sameh Abu Zini, 23, que disse ter sido preso aos 16 anos por participar da revolta palestina Intifada, exibia um tom de vingança.
"Antes eu era o investigado. Agora sou o investigador", disse Zini, policial palestino.
Ele lembra da revolta palestina com nostalgia. "Naquela época, nós éramos os donos da rua, sentíamo-nos fortes. Agora existe lei e ordem e temos de respeitá-las."
"A prisão era uma escola. Um lugar onde se ensinavam outras línguas e se convivia com líderes de resistência", afirmou seu pai, Iusif Abu Zaineh, à Folha.
(OD)

Texto Anterior: Israel entrega Jenin para a Autoridade Palestina
Próximo Texto: Peres e líder da oposição pedem fim de acusações
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.