São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995 |
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Gays, lésbiscas e travestis fazem campanha
DA REPORTAGEM LOCAL Os grupos organizados de gays, lésbicas e travestis de todo o país também estão em campanha para lançar um grande número de candidatos às câmaras municipais.Embora não tenham sido beneficiados pela lei com a exigência de uma cota mínima nos partidos, eles pretendem ter concorrentes a futuros vereadores em todas as legendas partidárias. O símbolo da campanha é a vereadora Kátia, nascida José Tapeti Sobrinho, que foi o primeiro travesti eleito no Brasil. Ela, como prefere, é vereadora do PFL da cidade de Colônia do Piauí, a 270 km de Teresina. No momento, planeja um vôo mais alto: candidatar-se à Prefeitura do seu município. A questão da cota de mulheres nos partidos só confundiu Kátia, que ainda não sabe, na sua condição ambígua, se entra como homem ou mulher nessa história. A deputada federal Marta Suplicy (PT-SP), líder da campanha pelo número mínimo de 20% de candidatas mulheres, vê com bom humor a situação da vereadora. "Como nasceu homem, a Kátia tem que participar da luta dos gays, lésbicas e travestis", disse ontem, durante o lançamento da luta das mulheres por cem mil candidaturas às câmaras municipais no país. Segundo a deputada, a cota conquistada pelo poder feminino acabou incentivando a campanha que os homossexuais estão fazendo pelas suas candidaturas. Cartilhas distribuídas pelo Grupo Gay da Bahia, liderado pelo antropólogo Luiz Mott, conclama os gays, lésbicas e travestis a se filiarem até o dia 15 de dezembro aos partidos. Os grupos organizados de homossexuais planejam também promover cursos de orientação para os candidatos a vereador. As cartilhas citam o exemplo de Kátia e encorajam os homossexuais a enfrentarem a corrida eleitoral em igualdade de condições com os políticos heterossexuais. Texto Anterior: FRASES Próximo Texto: TSE divulga calendário das eleições municipais Índice |
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